quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Poema: Rosto-Retrato

Estranho espelho
sombra mumifica
fazendo do velho
sua face mais rica
mas o guardado
ainda que monja
ao ser vedado
torna-se esponja
ao ser quebrado
desarranjo provoca:
é redobrado
que cava sua toca:
se algum deles atinge
ambos são esfinge

terça-feira, 28 de outubro de 2014

livros 2014



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Poema : BRASIL


Vejo
terras
divididas
por contrárias
linhas
num desenho
que desafia
 bússolas
e  equinócios.

Quem desenha
e o que é desenhado
desencontram-se
em cada encontro,
 obra
que desafia
a retina
de quem é visto
e olha.

No corte
das paralelas,
um ferimento
que abrasa.


.




quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Romance

Você ousaria enfrentar a morte ?
Você ousaria explorar o mundo onírico?
Você ousaria questionar sua identidade?
Em breve,o novo romance.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Poema: SEDE

Colhi laranjas.
Não provei nenhuma.
Sequer tentei remover a casca.
Seu aroma saciou minha sede.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Romance

Em breve estará disponível.A bela capa já ficou pronta.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Poema: NUVEM

Desfaço
a nuvem,
invento
a chuva
e com as gotas
escrevo
o volátil,
gravando
cada hiato
no intervalo
das batidas
do coração.
Faço
a nuvem,
desinvento
a chuva
e com a seca
escrevo
o árido,
gravando
cada silêncio
no ruído
dos batimentos
do não-coração.

(foto de Cleber Pacheco)

NOVO LIVRO

Em breve terei um novo livro pronto.Trata-se do romance  INVERNIA.Um texto instigante e desafiador.O trabalho de edição já está bastante adiantado.
Em breve poderei mostrar a capa.


domingo, 19 de outubro de 2014

LIVROS ANTIGOS






sábado, 18 de outubro de 2014

Poema: TEMPESTADE

O vento inventa palavras.
Luzes e sombras escrevem
sobre o solo.
A tempestade nos devolve
o silêncio.

(imagem do Google)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Poema: A BIBLIOTECA DE BORGES

Deus
e o mundo
são o livro
de infinita
confecção
e leitura.

Cabe
ao leitor
alfabetizar-se..


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

AMIGOS

Bebo chá com Proust. 
Virginia Woolf coloca pedras em meus bolsos.
Colho girassóis com Vincent.
Vendo sombrinhas para as mulheres de Monet.
Viajo pela África com Rimbaud.
Hemingway me empresta seu fuzil.
Afago o gato de Emily Dickinson.
Por acidente quebro os óculos de Joyce.
Visito Genet na prisão.
Tenho um encontro ás escuras com Sylvia Plath.


(imagem do Google)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

INTÉRPRETE DE MALES , de Jhumpa Lahiri

   Nove contos compõem o livro INTÉRPRETE DE MALES da autora indo-americana Jhumpa Lahiri.Os seus contos vão muito além do choque de culturas.Eles retratam pessoas comuns em situações onde sempre há certo grau de inadequação.Seus personagens parecem deslocados no espaço que ocupam ou na vida.Pequenos gestos,acontecimentos aparentemente triviais vão revelando conflitos,angústias,dificuldades que são próprias da condição humana.Por isso mesmo,são  textos universais,ultrapassando a questão de imigrantes ou nativos da Índia.
   De modo consistente,com talento e habilidade a autora vai desenvolvendo suas histórias,revelando ao leitor situações delicadas com muita sensibilidade.Não é difícil se deixar envolver pelos seus personagens,não raro desenvolvendo uma profunda empatia com eles,compreendo os seus problemas e questões.
    O primeiro conto,por exemplo,intitulado UMA SITUAÇÃO TEMPORÁRIA, se desenrola a partir de um fato banal como falta de luz.E revela as dificuldades de relacionamento do casal  Shukumar e Shoba até o desenlace que se não é trágico,deixa uma certa tristeza no ar.
   Em contos como QUANDO O SR. PIZARDA VINHA JANTAR e A CASA DA SRA. SEN, logo nos encantamos com o ponto de vista da infância e  com os adultos retratados,envolvendo-nos efetivamente com eles e desejando que os contos sejam mais longos para podermos desfrutar da companhia deles.
   Todos os contos são de grande qualidade e de leitura deliciosa.
    O livro ganhou o Prêmio Pulitzer e mais  outros quatro prêmios.
    Mias uma leitura que recomendo.
 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Poema: A ARTE DO DESENHO

Quem escolhe a linha
redescobre
a senha,

ou a cifra
que abre
o cofre,

despindo
o contorno
em quando,

no ajuste
de estando
em sendo.


(desenho de Cleber Pacheco)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Poema: TERRA-TIJOLO

Regurgitando o miolo
dispõe sua rudeza
ao avesso o solo
descobre sua dureza:
se é carne crua
a matéria nua
é o lodo dolo
e fóssil o tijolo:
assim colhido
e enfim cunhado
o barro empalhado
é bicho invertido:
se algum tem memória
o outro é sem história

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Solo

Sol
e
solo
na crueza
do lodo
cozido
do vivo.

Solo,
cadáver
mumificado
de onde brota
a larva
 que transfigura
o morto.

(foto de Cleber Pacheco)

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

APÓLOGO BRASILEIRO SEM VÉU DE ALEGORIA

 ( Como no conto de Antônio de Alcântara Machado)

Brasil crucificado entre dois ladrões.Nenhum deles é o bom.De uma lado,o político.Do outro,o pastor.A seus pés,trapaceiros e imbecis treinados para defendê-los.