Borboletas
Poesia, contos, crônicas, textos a respeito de livros e outros autores. Textos ficcionais em geral.
Tássio Ribeiro, é natural de Bom Sucesso - MG. Graduando em Gestão Ambiental pelo IF - Campus Bom Sucesso. Agraciado com o Diploma de Honra ao Mérito, pela Câmara Municipal de Bom Sucesso-MG, pelo trabalho com a literatura, Prêmio Concurso Cultural do IF Campus Rio Pomba -Mg.Participou das Antologias: da editora Vivara “O Poetize 2017”, Além do céu, Além daTerra (2017), Arte em Exposição A Cor do Gesto" de Artur Madruga 2019.Ganhou Menção Honrosa no concurso de poesia da Biblioteca Comunitária Conceição Maria Lopes (2017) Parem as Máquinas, pelo Selo Off Flip (2020).
Fotografia na parede
A memória está emoldurada na parede,
Numa fotografia em preto e branco.
(Sem título)
Meu pai engraxou os sapatos.
Um hábito antigo que aprendeu
No passado. Pegou seu casaco
E foi para o trabalho, onde era
Um operário. Trabalhava o
Dia todo; levava a marmita,
E o café. Minha mãe cuidava
Da casa, e dos meus irmãos.
O seu salário quase não supria
Às necessidades da casa.
Mas fazia o que podia para
Garantir o sustento. E sua maior
Virtude era a poesia, que fazia
Nas raras horas vagas. Dizia que
Tudo é uma questão de tempo e
Paciência. E o sorriso já amarelo,
Acalentava a todos, que via sua
Fibra, no corpo franzino, boca de
Menino, e a coragem de um.
Daniel Rodas (Teixeira-PB, 1999) é escritor, poeta e dramaturgo. Graduado em Letras e
Mestrando em Literatura e Interculturalidade (UEPB). Editor da Revista Sucuru.
Autor da plaquete Eros e Saturno
(Editora Primata, 2021) e do livro Umbuama
(Editora Urutau, 2021). Integrou as antologias Poesia fora do eixo (Toma Aí Um Poema, 2022), Engenho Arretado: poesia paraibana do século XXI (Patuá, 2023) e Casa Encantada: o conto fantástico paraibano
(Arribaçã, 2023). Tem textos publicados em vários meios eletrônicos nacionais e
internacionais. Fez parte do grupo de teatro ExperIeus da cidade de
Monteiro-PB, onde colaborou como ator. Pensa na poesia como um fluxo, como o
fluir incontrolável da vida. Vive atualmente em Campina Grande-PB.
MALLARMÉ
os
deuses jogam dados com
o
destino.
mas
nem por isso
o
acaso os abolirá.
cada
gesto do dado é um jogo
novo
sobre a
mesa.
e
o poema:
ninguém
ganha no seu fim.
*
OS BOIS E OS HOMENS
Para Drummond
ruminam todas as
manhãs
posto que o sol lhes
acena
a incerteza do viver.
são tantos com suas
ancas largas
seus sorrisos de baba
seu silêncio sem
tempo.
vagam pelas ruas e
estradas
atravancados pelo hoje
do qual não têm nenhum
controle.
pobres criaturas saqueadas
vão sem rumo na
febre
da própria graça do algoz.
II
pois de uns
lhes é roubada a carne
de outros
a carne e o espírito.
*
ORÁCULO
a noite é enorme.
maior que a noite é a escuridão carregada sob as
unhas.
a casa nunca está fechada –
e os pássaros cospem plumas nas janelas.
há quem tente fechá-las.
mas as asas da noite invadem: cada fiapo do
olhar.
Texto da orelha do escritor Herman Schmitz:
" Seja
bem-vindo ao mundo multidimensional de Cleber Pacheco. Cinco personagens de
nacionalidades tão diferentes como Japão, Irlanda, Índia, Rússia e Brasil,
relatam seus momentos decisivos, começando por suas mortes, e seguem com flashbacks
das suas vidas. Tudo isso ocorre de forma simétrica e vertical, em um crescente
relato visceral sobre a solidão, a velhice e a transitoriedade da vida. Como em
outras obras do autor, se imprime um forte tom místico que vai além da
narrativa, fazendo do romance uma grande mandala de sentimentos e reflexões, de
sensações e descrições, em uma requintada prosa poética. Embora tenha uma
aparência de documentário por ser montado em temas, com camadas que unem e
aprofundam a discussão, o resultado final é de que o livro rapidamente
entendido, transforma-se ele próprio, em uma peculiar resposta ao sentido da
vida. "
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Herman Augusto
Schmitz
Poeta e
Mestre em Letras – Estudos literários