segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
sábado, 20 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
sábado, 13 de dezembro de 2014
BIBLIOTECA
Sherazade e Isak Dinesen trocam histórias
enquanto o Marquês de Sade cochicha com Henry Miller
e Dante desce ao Inferno acompanhado de Malcolm Lowry.
Proust beberica seu chá espiando o porre homérico de Bukowski.
Virginia Woolf recusa-se a bordar com Jane Austen
enquanto Henry James esmaga baratas na prateleira de Kafka
e D. H. Lawrence flerta com Anais Nin.
Jorge Luis Borges finalmente vê que está na Biblioteca de Babel.
(Google Images)
enquanto o Marquês de Sade cochicha com Henry Miller
e Dante desce ao Inferno acompanhado de Malcolm Lowry.
Proust beberica seu chá espiando o porre homérico de Bukowski.
Virginia Woolf recusa-se a bordar com Jane Austen
enquanto Henry James esmaga baratas na prateleira de Kafka
e D. H. Lawrence flerta com Anais Nin.
Jorge Luis Borges finalmente vê que está na Biblioteca de Babel.
(Google Images)
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
FILOSOFANDO
Os antigos ritos iniciáticos eram um modo de preparar os candidatos a vivenciar uma profunda experiência interior com o devido assessoramento.Todavia a experiência em si mesma só poderia ocorrer individualmente e de modo único.
A meditação,em suas diversas vertentes,valoriza o despertar da percepção e um alargamento da compreensão a respeito de si mesmo e da existência.
Com Santa Teresa de Ávila vemos a defesa dessa experiência pessoal e intransferível que é profundamente transformadora,despertando a consciência para novas realidades. Já no século XVI era combatida e vista como herege.A mesma atitude de defesa da busca interior ocorreu com diversos místicos ao longo de tempo.
Na filosofia de Bergson encontramos um outro viés desse mergulho,mas que mantém o seu caráter de singularidade com "regras" próprias.
Na literatura, o estilo introspectivo de Clarice Lispector,por exemplo,nos leva a explorar caminhos muito além do estabelecido pelos sistemas vigentes.
Ou seja, há uma longa tradição desenvolvida através da história que nos prepara ou incentiva a buscar uma compreensão própria da realidade.
Atualmente é inevitável detectarmos um empobrecimento radical dessa mesma tradição limitando as pessoas ao individualismo solitário e,não raro,egocêntrico,empurrando-as cada vez mais para o isolamento e o consumismo como um falso modo de compensação.Por outro lado,há uma ditadura do coletivo,no sentido de que só tem valor o que o grupo ou a tribo determina como válido.A democracia cada vez mais se parece com fascismo.As religiões cada vez mais se confundem com fundamentalismo.Parece que estamos caminhando para uma nova Idade Média.
Acredito,porém,que a experiência singular de conhecimento,de mergulho no desconhecido não pode ser desvalorizada e suprimida.O despertar da consciência é uma necessidade humana incontestável e intransferível,inerente a todos nós,queira o sistema ou não.
A meditação,em suas diversas vertentes,valoriza o despertar da percepção e um alargamento da compreensão a respeito de si mesmo e da existência.
Com Santa Teresa de Ávila vemos a defesa dessa experiência pessoal e intransferível que é profundamente transformadora,despertando a consciência para novas realidades. Já no século XVI era combatida e vista como herege.A mesma atitude de defesa da busca interior ocorreu com diversos místicos ao longo de tempo.
Na filosofia de Bergson encontramos um outro viés desse mergulho,mas que mantém o seu caráter de singularidade com "regras" próprias.
Na literatura, o estilo introspectivo de Clarice Lispector,por exemplo,nos leva a explorar caminhos muito além do estabelecido pelos sistemas vigentes.
Ou seja, há uma longa tradição desenvolvida através da história que nos prepara ou incentiva a buscar uma compreensão própria da realidade.
Atualmente é inevitável detectarmos um empobrecimento radical dessa mesma tradição limitando as pessoas ao individualismo solitário e,não raro,egocêntrico,empurrando-as cada vez mais para o isolamento e o consumismo como um falso modo de compensação.Por outro lado,há uma ditadura do coletivo,no sentido de que só tem valor o que o grupo ou a tribo determina como válido.A democracia cada vez mais se parece com fascismo.As religiões cada vez mais se confundem com fundamentalismo.Parece que estamos caminhando para uma nova Idade Média.
Acredito,porém,que a experiência singular de conhecimento,de mergulho no desconhecido não pode ser desvalorizada e suprimida.O despertar da consciência é uma necessidade humana incontestável e intransferível,inerente a todos nós,queira o sistema ou não.
domingo, 7 de dezembro de 2014
CONTO
CONTATOS IMEDIATOS DE TERCEIRO GRAU
A flor luminosa e giratória do ventilador assombra a penumbra do quarto.É um girassol ardendo nas trevas.
Esvoaçam cortinas e toalha da mesa onde coloco os meus livros.
Ouve-se apenas o zumbido das pás em seu incessante movimento.
Estou só,à espera.
Estendido e nu sobre a cama.
Não há nenhuma pressa.
Mansamente ela chega,sem quebrar o silêncio.Larga a bolsa,tira os sapatos..Com suavidade se aproxima.Senta-se ao meu lado.
Permaneço imóvel,recebendo suas mãos que quase me fazem penetrar no oceano dos sonhos.
Sem fazer ruído,minhas lágrimas escorrem pelo rosto.
A madrugada se esgota nesta cumplicidade de silêncios.
Pela manhã ela calça os sapatos,apanha a bolsa , sai.
Continuo inerte sobre a cama,cerro as pálpebras.
Talvez amanhã ela retorne.
A flor luminosa e giratória do ventilador assombra a penumbra do quarto.É um girassol ardendo nas trevas.
Esvoaçam cortinas e toalha da mesa onde coloco os meus livros.
Ouve-se apenas o zumbido das pás em seu incessante movimento.
Estou só,à espera.
Estendido e nu sobre a cama.
Não há nenhuma pressa.
Mansamente ela chega,sem quebrar o silêncio.Larga a bolsa,tira os sapatos..Com suavidade se aproxima.Senta-se ao meu lado.
Permaneço imóvel,recebendo suas mãos que quase me fazem penetrar no oceano dos sonhos.
Sem fazer ruído,minhas lágrimas escorrem pelo rosto.
A madrugada se esgota nesta cumplicidade de silêncios.
Pela manhã ela calça os sapatos,apanha a bolsa , sai.
Continuo inerte sobre a cama,cerro as pálpebras.
Talvez amanhã ela retorne.
sábado, 6 de dezembro de 2014
MIcrocontos
1- Microconto Utópico
Nanotecnologia
Bactérias famintas devoram todas as armas do mundo.
2- Microconto Distópico
Admirável Mundo Velho
Gaba-se o ditador caduco que é dono do mundo enquanto limpa os pés sujos nos seus capachos.
Nanotecnologia
Bactérias famintas devoram todas as armas do mundo.
2- Microconto Distópico
Admirável Mundo Velho
Gaba-se o ditador caduco que é dono do mundo enquanto limpa os pés sujos nos seus capachos.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Poema: A Arte de Sidarta Gautama
Ver o real não é vê-lo,
mas tornar-se e sabê-lo,
não haver quem vê nem o visto,
recuo e repouso sem o ausente,
consentir sem quem consente,
mistura sem o misto.
Ver o Real não é tê-lo,
tornar a ver sem revê-lo,
modo sem o aparte,
destoar do disjunto
na intersecção do conjunto,
o Real é a Arte.
(Google Images)
mas tornar-se e sabê-lo,
não haver quem vê nem o visto,
recuo e repouso sem o ausente,
consentir sem quem consente,
mistura sem o misto.
Ver o Real não é tê-lo,
tornar a ver sem revê-lo,
modo sem o aparte,
destoar do disjunto
na intersecção do conjunto,
o Real é a Arte.
(Google Images)
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Livro Inédito
(Poema do livro ainda inédito ROSARIUM)
Da pétala
o contorno não reduz
a pétala ao íntimo.
No íntimo
a pétala nada é,
é apenas
a possibilidade
da flor ou mais,
seu verossímil.
O mínimo
da flor
não é sua vontade
de existir,
a existência,
mas o impresso
na maquete da retina.
(Desenho de Cleber Pacheco)
Da pétala
o contorno não reduz
a pétala ao íntimo.
No íntimo
a pétala nada é,
é apenas
a possibilidade
da flor ou mais,
seu verossímil.
O mínimo
da flor
não é sua vontade
de existir,
a existência,
mas o impresso
na maquete da retina.
(Desenho de Cleber Pacheco)