RESENHA

  O DIÁRIO DE NISHA de Veera  Hiranandani  é um emocionante relato de uma menina de  12 anos que escreve  os acontecimentos de sua vida como se  conversasse com sua mãe já falecida.   Poderia ser piegas, mas não é.   A jovem Nisha conta e comenta os fatos do seu dia a dia, incluindo, como não poderia deixar de ser, a sua família: o pai médico, o irmão que prefere desenhar a estudar, o criado muçulmano Kazi, com quem gosta de cozinhar e sua dadi ( a avó).
   Sua vida é subitamente alterada pelos fatos: a independência da Índia em 1947 e suas assustadoras consequências, a divisão do país e a criação do Paquistão, os conflitos entre hindus, muçulmanos, sikhs, etc. Obrigada a fugir de sua cidade por ser de família hindu (embora a mãe  tenha sido muçulmana),  Nisha  e seu grupo familiar tem de fazer uma perigosa travessia, viajando a pé e de trem para chegarem a salvo ao seu destino. 
   Enfrentando fome, sede, doença e a violência que se espalha  entre os dois países, Nisha faz  vários questionamentos, tentando entender a si mesma, o comportamento de seu pai e do irmão Amil, bem como o comportamento das pessoas diante da situação. Sua descoberta do mundo passa por provações difíceis e ela  tenta dar sentido a tudo o que acontece para situar-se e descobrir sua identidade.
   Trata-se de uma escrita simples, porém sensível.  E a edição da DARKSIDE é  muito bonita. 

Resenha

   NA BOCA DO LEÂO é o primeiro livro de Anne Holt que leio, escritora  norueguesa de romances policiais e ex-ministra da Justiça da Noruega. O romance ocorre, portanto, num meio bem conhecido por ela.  A primeira ministra daquele país aparece morta em seu escritório causando uma série de consequências e transtornos tqanto no âmbito familiar quanto em seu trabalho e em termos nacionais. 
   À medida que vamos conhecendo os fatos, percebemos que o passado é essencial no desenrolar dos acontecimentos até a revelação final, coerente e com muitos desdobramentos, lembrando  os livros de P. D. James. 
   Não há grandes heróis. Os investigadores são pessoas comuns, com seus defeitos e deficiências. A polícia  comete acertos e erros. A detetive que ajuda a resolver o caso é Hanne Wilhemsen, cuja namorada está nos EUA enquanto ela interrompe suas férias interessada na situação.
   A autora faz questão de  observar detalhes e minúcias de personagens, cenas e acontecimentos. Ás vezes isso soa  forçado e repetitivo. Mas a história é interessante e à medida que se desenrola vai atraindo mais a nossa atenção. A trama ´r muito bem elaborada e coerente, o mistério vai se intensificando e as questões humanas estão em primeiro plano.
   Comprei outros livros dela e estou curioso para ver como a obra dele vai se desenvolvendo ao longo do tempo.
   É uma boa leitura.
 
   

Novo romance

  KOLOSSOS é o meu novo romance  que já está em pré-venda no site da Editora Coralina. A história aborda  diversas questões ao mesmo tempo:  distopia e utopia, sociedade e cultura, indústria cultural, política, economia, mitologia, misticismo, fantasia,  filosofia, poesia,  tempo e memória, autoconhecimento. Também pode ser lido como uma reflexão a respeito do Brasil contemporâneo e do mundo no século XXI.