Resenha
A Redoma de Vidro de Sylvia Plath é o romance escrito pela famosa poeta e narra o processo de formação da personagem Esther Greenwood, que enfrenta percalços em suas tentativas de encontrar algum caminho para sua vida.
Tendo vencido um concurso, Esther passa um mês em Nova York, num ambiente supostamente cheio de glamour. No entanto, a realidade é bem outra. Tudo é descrito de uma forma bem crua, sem grandes ilusões. Futilidade, vulgaridade à sua volta, pessoas interesseiras, tornam a personagem cada vez mais desnorteada. Moda, mulheres correndo atrás de homens e vice-versa, desejo de fama. Nada que possa realmente acrescentar algo à sua vida. Junte-se isso a decepção amorosa e tudo ainda fica pior. A sensação de vazio vai se agravando a cada dia.
Esse mundo de aparências e de possibilidades trazem inúmeras dúvidas. Qual o melhor caminho a seguir? Qual a sua vocação? Vale a pena escrever poesia?
As situações se sucedem de um modo nem um pouco lírico ou romantizado. Até mesmo testemunhar um parto não transmite nenhuma sensação maternal ou de afeto. É uma cena meio grotesca e sem sentido.
As escolhas das outras pessoas sempre possuem um caráter de estupidez, de falta de sentido, adquirindo, no máximo, um caráter simplesmente tosco. A vida é uma sucessão de acontecimentos que parecem não levar a lugar algum.
O resultado de tudo isso é que, ao retornar para casa, Esther sente-se completamente perdida e sem rumo. O péssimo relacionamento com sua mãe agrava ainda mais a situação. Então ocorrem as diversas tentativas de suicídio, sempre difíceis ou meio ridículas.
Passando por mais de uma clínica psiquiátrica, a melhora da personagem é uma incógnita. Houve mesmo recuperação? A resposta é bem duvidosa.
Inicialmente promissora, a trajetória de Esther desanda rapidamente em direção ao abismo, de onde, pressentimos, não há retorno. Em 1963 a autora cometeu suicídio, encerrando tragicamente uma vida tão atormentada quanto a de seu alter ego.