segunda-feira, 29 de abril de 2024
sexta-feira, 26 de abril de 2024
Resenha
Publicado em 2023 pela Editora Caravana, o livro Porque Era Ele,Porque Era Eu e Outras Quase Histórias do escritor Luiz Henrique Gurgel traz crônicas capazes de lançar um olhar sutil sobre as pessoas, as coisas, os acontecimentos.
Realmente são quase histórias com muita sensibilidade, atendo-se ao que pode passar despercebido no dia a dia, mas ganhando relevância nos textos breves e bem escritos.
Dividido em seções ( Entre Afetos, Perder-se nas Cidades, Teimosias e Em Sala de Aula), o livro vai revelando sensações, sentimentos, memórias, pessoas, lugares.
Pode-se destacar a abordagem do humano e suas variadas matizes, incluindo aí personagens nossos conhecidos: Drummond, Adoniram Barbosa, Noel Rosa, Luz del Fuego.
Alguns trechos: " Foi um pequeno momento, uma partícula ínfima de tempo que acabou se tornando fragmento de alegria plena, sempre presente neste eterno aqui e agora de estar vivo." Ou: "E vai se decompondo, mesmo estando vivo, cérebro ainda aceso e luminoso com fagulhas que escapam ao fogo fátuo." E: "Quero apontar a ferida , mas não de dedo em riste como fazem os ameaçadores, mas feito aquele menino que tinha o dedo verde e fazia brotar flores onde tocava."
Luiz Henrique Gurgel é capaz de escrever de modo agradável, tocante e contudente ao mesmo tempo. Um livro que vale a pena ler.
quarta-feira, 24 de abril de 2024
Acontecer
segunda-feira, 22 de abril de 2024
Borboletas
sábado, 20 de abril de 2024
Sibila
terça-feira, 16 de abril de 2024
Resenha
segunda-feira, 15 de abril de 2024
Autor Convidado
Tássio Ribeiro, é natural de Bom Sucesso - MG. Graduando em Gestão Ambiental pelo IF - Campus Bom Sucesso. Agraciado com o Diploma de Honra ao Mérito, pela Câmara Municipal de Bom Sucesso-MG, pelo trabalho com a literatura, Prêmio Concurso Cultural do IF Campus Rio Pomba -Mg.Participou das Antologias: da editora Vivara “O Poetize 2017”, Além do céu, Além daTerra (2017), Arte em Exposição A Cor do Gesto" de Artur Madruga 2019.Ganhou Menção Honrosa no concurso de poesia da Biblioteca Comunitária Conceição Maria Lopes (2017) Parem as Máquinas, pelo Selo Off Flip (2020).
Fotografia na parede
A memória está emoldurada na parede,
Numa fotografia em preto e branco.
(Sem título)
Meu pai engraxou os sapatos.
Um hábito antigo que aprendeu
No passado. Pegou seu casaco
E foi para o trabalho, onde era
Um operário. Trabalhava o
Dia todo; levava a marmita,
E o café. Minha mãe cuidava
Da casa, e dos meus irmãos.
O seu salário quase não supria
Às necessidades da casa.
Mas fazia o que podia para
Garantir o sustento. E sua maior
Virtude era a poesia, que fazia
Nas raras horas vagas. Dizia que
Tudo é uma questão de tempo e
Paciência. E o sorriso já amarelo,
Acalentava a todos, que via sua
Fibra, no corpo franzino, boca de
Menino, e a coragem de um.
sábado, 13 de abril de 2024
Instinto
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Fornalha
quarta-feira, 10 de abril de 2024
Vozes
segunda-feira, 8 de abril de 2024
Relva
sexta-feira, 5 de abril de 2024
Autor Convidado
Daniel Rodas (Teixeira-PB, 1999) é escritor, poeta e dramaturgo. Graduado em Letras e
Mestrando em Literatura e Interculturalidade (UEPB). Editor da Revista Sucuru.
Autor da plaquete Eros e Saturno
(Editora Primata, 2021) e do livro Umbuama
(Editora Urutau, 2021). Integrou as antologias Poesia fora do eixo (Toma Aí Um Poema, 2022), Engenho Arretado: poesia paraibana do século XXI (Patuá, 2023) e Casa Encantada: o conto fantástico paraibano
(Arribaçã, 2023). Tem textos publicados em vários meios eletrônicos nacionais e
internacionais. Fez parte do grupo de teatro ExperIeus da cidade de
Monteiro-PB, onde colaborou como ator. Pensa na poesia como um fluxo, como o
fluir incontrolável da vida. Vive atualmente em Campina Grande-PB.
MALLARMÉ
os
deuses jogam dados com
o
destino.
mas
nem por isso
o
acaso os abolirá.
cada
gesto do dado é um jogo
novo
sobre a
mesa.
e
o poema:
ninguém
ganha no seu fim.
*
OS BOIS E OS HOMENS
Para Drummond
ruminam todas as
manhãs
posto que o sol lhes
acena
a incerteza do viver.
são tantos com suas
ancas largas
seus sorrisos de baba
seu silêncio sem
tempo.
vagam pelas ruas e
estradas
atravancados pelo hoje
do qual não têm nenhum
controle.
pobres criaturas saqueadas
vão sem rumo na
febre
da própria graça do algoz.
II
pois de uns
lhes é roubada a carne
de outros
a carne e o espírito.
*
ORÁCULO
a noite é enorme.
maior que a noite é a escuridão carregada sob as
unhas.
a casa nunca está fechada –
e os pássaros cospem plumas nas janelas.
há quem tente fechá-las.
mas as asas da noite invadem: cada fiapo do
olhar.