quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Rever



Reverter o insano
até a sensatez do frio,
reproduzir o aroma
das coisas esquecidas,
realinhar o neutro
das linhas limítrofes,
restituir o anonimato
das enciclopédias,
respirar a pureza
nos ventrículos do lodo.
Arte e astúcia
nos desencontros
do mundo.

(foto: Cleber Pacheco)

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

CUBO

 (Texto extraído do meu livro ENIGMAS:)

   Um homem deitado, em vigília, num quarto, sobre uma caixa de madeira  onde faltam os cinco lados restantes.Do outro lado do mundo, cinco monges deitados, posição fetal, dormindo, em caixas de madeira faltando apenas um dos lados.

sábado, 25 de agosto de 2018

Resenha


   O que me interessa nos livros de Josh Mallerman são as suas idéias originais: em Caixa de Pássaros ele contava a história de uma ameaça indefinida. Quem abrisse os olhos,enlouqueceria. Neste Uma Casa no Fundo de um Lago o autor cria uma situação que tanto pode ser sobrenatural como uma mera fantasia de adolescentes. Em ambos os casos não há muitas explicações, não há respostas prontas e acabadas com todo o mistério desvendado no final. Isso torna os livros mais interessantes. É muito raro hoje em dia encontrar ambiguidade em textos mais comerciais.  Em geral o público não entende ambiguidade, sutileza,as entrelinhas. Como o desenvolvimento da indústria da cultura e do entretenimento, o nível cultural do leitor médio é cada vez mais baixo. Os textos são cada vez mais simplórios.
   Bem, conforme comentei, o que me interessa nos livros dele é exatamente a concepção de suas histórias e a estranheza que elas suscitam, assim como esse aspecto dúbio que elas trazem. Não há vampiros,lobisomens,fantasmas, que o mercado editorial já tratou de saturar despejando inúmeros títulos para lá de medíocres. Isso não quer dizer que o a escrita de Josh seja exatamente um primor literário. Neste livro em particular, o seu estilo é ainda mais primário, realmente muito fraco. Não há muito cuidado na elaboração das frases. Parece ter sido escrito para alunos do ensino fundamental que não conseguem entender uma palavra um pouquinho mais culta. Este é o ponto fraco.
   O final em aberto enriquece a proposta e é acertado. De qualquer modo, vale pela sua capacidade de criar situações incomuns, realmente insólitas. O que, em termos de bestsellers  de hoje, já é alguma coisa. 
 

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Ainda



Talvez
as flores
que plantei
nunca cresçam,
sequer nasçam.

Restarão,
ainda assim,
os vasos
que larguei
por aí.

(foto: Cleber Pacheco)

domingo, 19 de agosto de 2018

Resenha



O escritor A. J. Finn em A Mulher na Janela recicla os filmes de Hitchcock e faz um romance de suspense com todos os ingredientes próprios dos filmes do mestre. A história tem suspense e é interessante. E a personagem Anna Fox é o que de melhor existe no livro. No entanto, ao concluirmos a leitura, fica claro que já vimos tudo isso antes.
   Para quem lê atentamente, não fica difícil obter a resposta antes do final.
   Quem conhece os filmes Rear Window e Vertigo irá se divertir e perceber as semelhanças. Quem aprecia o gênero noir  também encontrará várias referências.
   Trata-se uma leitura agradável, mero entretenimento, que segue as fórmulas conhecidas com eficiência para manter o leitor interessado, seguindo os passos de Anna, que sofre de agorafobia. É a personagem que nos prende, pois sua situação angustiante gera empatia e nos torna solidários com as suas limitações e sofrimentos. 
   Não encontraremos aí literatura de alto nível. Nem é esta a intenção.
   De qualquer modo, para quem gosta de romances policiais e de suspense, vale como uma dica para efetuar uma leitura leve.
 

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Identidade



Sou de lugar nenhum,
desconheço cavernas,castelos,
minha jornada é de areia e neve esculpidas
e desmente qualquer estudo antropológico.

Minhas impressões digitais
só marcam a água
fluindo velozmente
em direção aos vapores.
Minhas pegadas são dissolvidas
enquanto tocam o solo
brotando larvas e fósseis
em jardins de incerteza.

Meus olhos foram esculpidos
com relva, vidro e nuvens
espreitando constelações, galáxias
através do desconhecido.

Sou de todos os lugares,
não estou procurando abrigo,.
Aceito chuva, tempestade, trovão
porque aprendi
a explorar florestas e desertos
tendo meu coração como guia.

(foto: Cleber Pacheco)

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Poema




   LOCAL-MAPA

Tudo o que tem um aqui
aguarda dura prova
do solo que tem em si
promontório e cova
espera-se que o traçado
todo distante remova
extraindo do parado
a viagem que o resolva:
se um é puro risco
o outro só é cisco

sábado, 4 de agosto de 2018

Revista digital

 Três poemas de minha autoria podem ser lidos na revista digital Literatura e Fechadura  acessando o link:

http://www.literaturaefechadura.com.br/2018/08/04/tres-poemas-de-cleber-pacheco/


sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Poema

  Hoje posto um poema meu em Língua Inglesa:

GENESIS

One more poem
and the world shall be saved,
stones will be redeemed
and roses will be blue.
Perhaps only poets will ressurrect
on the day of the Apocalypse.
Until then  it is necessary
recreate the world
to unveil
human designs
after the seventh day.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Entrevista


https://comoeuescrevo.com/cleber-pacheco/

Clique no link para ler minha entrevista: COMO EU ESCREVO.