sábado, 25 de agosto de 2018

Resenha


   O que me interessa nos livros de Josh Mallerman são as suas idéias originais: em Caixa de Pássaros ele contava a história de uma ameaça indefinida. Quem abrisse os olhos,enlouqueceria. Neste Uma Casa no Fundo de um Lago o autor cria uma situação que tanto pode ser sobrenatural como uma mera fantasia de adolescentes. Em ambos os casos não há muitas explicações, não há respostas prontas e acabadas com todo o mistério desvendado no final. Isso torna os livros mais interessantes. É muito raro hoje em dia encontrar ambiguidade em textos mais comerciais.  Em geral o público não entende ambiguidade, sutileza,as entrelinhas. Como o desenvolvimento da indústria da cultura e do entretenimento, o nível cultural do leitor médio é cada vez mais baixo. Os textos são cada vez mais simplórios.
   Bem, conforme comentei, o que me interessa nos livros dele é exatamente a concepção de suas histórias e a estranheza que elas suscitam, assim como esse aspecto dúbio que elas trazem. Não há vampiros,lobisomens,fantasmas, que o mercado editorial já tratou de saturar despejando inúmeros títulos para lá de medíocres. Isso não quer dizer que o a escrita de Josh seja exatamente um primor literário. Neste livro em particular, o seu estilo é ainda mais primário, realmente muito fraco. Não há muito cuidado na elaboração das frases. Parece ter sido escrito para alunos do ensino fundamental que não conseguem entender uma palavra um pouquinho mais culta. Este é o ponto fraco.
   O final em aberto enriquece a proposta e é acertado. De qualquer modo, vale pela sua capacidade de criar situações incomuns, realmente insólitas. O que, em termos de bestsellers  de hoje, já é alguma coisa. 
 

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