segunda-feira, 29 de junho de 2015
Não sou turista.
Observo os peregrinos
ao longo do caminho.
Continuo com
minhas mãos vazias
de viajante.
domingo, 28 de junho de 2015
ESCREVER
Escrever é algo que se faz por necessidade imprescindível, por não haver escolha, por vocação e danação.
Escrever é visceral.
É a exploração de caminhos próprios,a descoberta de novas realidades e novos mundos. É desbravar o desconhecido e ir além do convencional,do senso comum e do bom senso.
Escrever para ser o queridinho dos críticos e para estar na lista dos bestsellers não é escrever.
Escrever é o desafio de ir por onde ninguém foi.
Escrever é um modo de viver.
Escrever é arte e respiração.
Escrevo; logo,existo.
Escrever é visceral.
É a exploração de caminhos próprios,a descoberta de novas realidades e novos mundos. É desbravar o desconhecido e ir além do convencional,do senso comum e do bom senso.
Escrever para ser o queridinho dos críticos e para estar na lista dos bestsellers não é escrever.
Escrever é o desafio de ir por onde ninguém foi.
Escrever é um modo de viver.
Escrever é arte e respiração.
Escrevo; logo,existo.
sexta-feira, 26 de junho de 2015
TROCA
A morte solicitou
o discreto legado
das brumas.
Fechou-se
o lago sobre
a noite
engolindo
o úmido.
Ficou órfã
a morte
e legou
às águas
o reflexo da nuvem.
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Novidades
* Estou preparando a segunda edição do meu livro de crítica literária; A ARTE POÉTICA DE ARICY CURVELLO agora ampliada.
* A capa do meu novo romance O TERCEIRO DIA já está pronta. O livro sai em agosto.
* Atualmente estou escrevendo uma pequena novela intitulada OS NOMES DA ÍNDIA.
* A capa do meu novo romance O TERCEIRO DIA já está pronta. O livro sai em agosto.
* Atualmente estou escrevendo uma pequena novela intitulada OS NOMES DA ÍNDIA.
terça-feira, 23 de junho de 2015
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Reynaldo Moura
São 115 anos de nascimento e cinquenta anos de morte do escritor gaúcho Reynaldo Moura.
É incompreensível que os seus livros estejam esquecidos. Há anos não existem novas edições. Não há estudos comentando sua obra. Em 2001 publiquei um artigo a respeito do autor no livro RS: Século XX em Retrospectiva.
Sua novelas são densas e originais e muito bem escritas. Em ponto de vista,elas fogem às classificações. Podem ser consideradas como intimistas, de suspense, abordando questões existenciais e o mistério da vida.
Está mais do que na hora de resgatar uma obra original e única e que merece as atenção dos leitores e dos críticos.
É inadmissível que algo de qualidade continue relegado ao ostracismo. Pesquisadores deveriam estar empenhados em estudar o legado que ele nos deixou.
É incompreensível que os seus livros estejam esquecidos. Há anos não existem novas edições. Não há estudos comentando sua obra. Em 2001 publiquei um artigo a respeito do autor no livro RS: Século XX em Retrospectiva.
Sua novelas são densas e originais e muito bem escritas. Em ponto de vista,elas fogem às classificações. Podem ser consideradas como intimistas, de suspense, abordando questões existenciais e o mistério da vida.
Está mais do que na hora de resgatar uma obra original e única e que merece as atenção dos leitores e dos críticos.
É inadmissível que algo de qualidade continue relegado ao ostracismo. Pesquisadores deveriam estar empenhados em estudar o legado que ele nos deixou.
sábado, 13 de junho de 2015
sexta-feira, 12 de junho de 2015
quinta-feira, 11 de junho de 2015
O HOMEM DO TERNO DE VIDRO de Cláudio B. Carlos
O Homem do Terno de Vidro do escritor Cláudio B. Carlos pode ser lido de várias maneiras. Podemos considerar o livro como a reunião de três novelas interligadas. Podemos ler como um romance . Dependendo do ponto de vista, pode ser o relato de três viagens diferentes, de uma só viagem específica ,de qualquer viagem. Mas em tudo diferente da tradicional literatura de viagem.É um texto original e inquietante, que oferece muitas possibilidades de leitura e de interpretação.
O viajante está em busca de algo,de um novo lugar,de uma nova possibilidade,talvez. Sobretudo, busca o sentido da vida,de sua existência, busca compreender de onde vem a sua dor,a sua sensação de desajuste, de ser gauche na vida, como diria o poeta Drummond. Ele conversa com um interlocutor desconhecido,mas não há diálogo. Trata-se de um monólogo, pois o personagem não encontra respostas para seus anseios, conflitos, para o seu drama existencial. A vida não lhe fornece maiores explicações.Nem as pessoas. Nem as suas experiências.Nem Deus. A pergunta,nunca respondida, vai lhe corroendo as entranhas num questionamento que nunca cessa.Trata-se mais de um conversa consigo mesmo. As palavras expressam um desespero que está sempre presente,mas nunca leva a uma atitude extrema. Sempre remete à palavra seguinte,ao parágrafo seguinte, à viagem seguinte. Como Sísifo, o personagem está condenado às repetições. A angústia torna o suicídio algo iminente, mas que não se concretiza e que permanece enquanto possibilidade sempre à espreita.No entanto, nem mesmo isso representa uma saída ou uma solução. O que há,de fato, é a danação.
As tentativas de organizar a experiência e o mundo de um modo quase enciclopédico reforçam a quase inutilidade do conhecimento. A antiga máxima de Pitágoras do Conhece-te a ti mesmo não é redentora, não apresenta nenhuma possibilidade de salvação. Existir é desbravar a própria angústia.
Sem dúvida é um livro recomendado para quem aprecia a verdadeira literatura e não se satisfaz com a mediocridade editorial que assola nossos tempos. Afinal grandes autores sempre exigem a participação do leitor, fazendo-o refletir ,coisa que poucos estão conseguindo realizar neste século XXI.
Cláudio B. Carlos é um nome para ser lembrado. E que o tempo lhe faça justiça porque ele realmente merece.
( O livro pode ser adquirido no site Clube de Autores).
O viajante está em busca de algo,de um novo lugar,de uma nova possibilidade,talvez. Sobretudo, busca o sentido da vida,de sua existência, busca compreender de onde vem a sua dor,a sua sensação de desajuste, de ser gauche na vida, como diria o poeta Drummond. Ele conversa com um interlocutor desconhecido,mas não há diálogo. Trata-se de um monólogo, pois o personagem não encontra respostas para seus anseios, conflitos, para o seu drama existencial. A vida não lhe fornece maiores explicações.Nem as pessoas. Nem as suas experiências.Nem Deus. A pergunta,nunca respondida, vai lhe corroendo as entranhas num questionamento que nunca cessa.Trata-se mais de um conversa consigo mesmo. As palavras expressam um desespero que está sempre presente,mas nunca leva a uma atitude extrema. Sempre remete à palavra seguinte,ao parágrafo seguinte, à viagem seguinte. Como Sísifo, o personagem está condenado às repetições. A angústia torna o suicídio algo iminente, mas que não se concretiza e que permanece enquanto possibilidade sempre à espreita.No entanto, nem mesmo isso representa uma saída ou uma solução. O que há,de fato, é a danação.
As tentativas de organizar a experiência e o mundo de um modo quase enciclopédico reforçam a quase inutilidade do conhecimento. A antiga máxima de Pitágoras do Conhece-te a ti mesmo não é redentora, não apresenta nenhuma possibilidade de salvação. Existir é desbravar a própria angústia.
Sem dúvida é um livro recomendado para quem aprecia a verdadeira literatura e não se satisfaz com a mediocridade editorial que assola nossos tempos. Afinal grandes autores sempre exigem a participação do leitor, fazendo-o refletir ,coisa que poucos estão conseguindo realizar neste século XXI.
Cláudio B. Carlos é um nome para ser lembrado. E que o tempo lhe faça justiça porque ele realmente merece.
( O livro pode ser adquirido no site Clube de Autores).
terça-feira, 9 de junho de 2015
domingo, 7 de junho de 2015
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Conto
ERAS GEOLÓGICAS
Há muitas maneiras de se ocupar o tempo e de explorá-lo,disse o pesquisador chefe da equipe
arqueológica,explicando para a comunidade o resultado parcial dos trabalhos.
Três anos fazendo escavações demandavam
grande esforço e dedicação.Nenhuma medida fora poupada para alcançar êxito.Nada
parecia difícil o suficiente para impedir a realização de tão importante
empreendimento.Qualquer dedicação parecia pouca diante da grandeza do projeto.
Na
camada mais profunda,continuou ele,encontramos
nada mais nada menos do que um antigo cemitério indígena.Ossadas em excelente
estado de conservação envoltas em esteiras de palha, juntamente com alguns
artefatos feitos por esses povos nos ajudarão a conhecer e compreender melhor a
vida e as crenças dos nativos que aqui viveram há muitos anos atrás.
Na camada seguinte ,encontramos os restos mortais dos antigos coronéis e
de suas senhorinhas,pessoas distintas que organizavam e comandavam a então
pequena vila.Pela grandeza das antigas tumbas será possível investigar seus
usos e costumes.
Por fim,na camada mais próxima à superfície,encontramos,segundo os
exames realizados,apenas cadáveres de bêbados,drogados e prostitutas.De modo
que nos deteremos em investigar tão somente as épocas passadas,pois esta última
descoberta não nos apresenta nenhum interesse.
Após os
esclarecimentos obtidos durante a palestra,as pessoas do lugar voltaram para
suas casas dando sequência aos seus hábitos de mexericos,reuniões no boteco e
despachos na encruzilhada quando absolutamente necessários.
Já os pesquisadores continuaram o seu
hercúleo trabalho. Levaram o resto de suas vidas estudando os
antepassados:alimentação,vestuário,ritos,doenças.Recolhiam potes de cerâmica e
colares,véus para cobrir a cabeça durante as missas e dentes de ouro.
Os encarregados de registrar tudo gastaram
anos preenchendo formulários e fazendo arquivos minuciosos das descobertas
realizadas.Afinal a memória era algo precioso e a história não deveria ser perdida a fim de que se
pudesse compreender melhor os meandros da alma humana.
Já o pintor pós-modernista,inspirado naquilo
tudo,não teve a menor dúvida ao realizar a sua obra:tascou um borrão preto numa
tela em branco.
quinta-feira, 4 de junho de 2015
terça-feira, 2 de junho de 2015
segunda-feira, 1 de junho de 2015
PARA ONDE FOI A ALMA BRASILEIRA ?
Parece que o mito do brasileiro cordial ruiu. O mito do Brasil como o país da alegria,também. Numa terra de poucos mitos e sem heróis,o que resta agora? Tornar-se político para colocar-se acima da lei e pilhar o país à vontade ? Criar uma nova igreja para ficar rico à custa do fanatismo alheio ? Formar uma dupla sertaneja ? Mergulhar na alienação e ignorância da juventude ?
Parece que restam poucas opções. Este é um momento não só de crise política, de crise das instituições. É um momento de crise cultural, crise de identidade.
O Brasil parece estar sem geografia e bússola. Mas é nos momentos de crise que é preciso se reinventar e criar novas possibilidades.
Há um longo caminho ainda a percorrer. Caminhemos.
Parece que restam poucas opções. Este é um momento não só de crise política, de crise das instituições. É um momento de crise cultural, crise de identidade.
O Brasil parece estar sem geografia e bússola. Mas é nos momentos de crise que é preciso se reinventar e criar novas possibilidades.
Há um longo caminho ainda a percorrer. Caminhemos.