Os textos literários,com o passar do tempo,foram ficando cada vez mais complexos.Estilos sofisticados,técnicas aprimoradas e muitos recursos foram sendo desenvolvidos.Hoje em dia,há uma grande preocupação com a técnica romanesca,o que torna,muitas vezes,a leitura um exercício difícil para o leitor mediano.
Há exemplos de certo radicalismo estilístico,como em James Joyce,por exemplo,afastando muitas pessoas dos seus livros,considerando-os ilegíveis.Alguns se quiexam de que certos livros são simplesmente incompreesíveis por fugirem completamente dos padrões estabelecidos.Há até mesmo aquelas obras muito citadas e comentadas,mas raramente lidas,como O HOMEM SEM QUALIDADES,de Robert Musil.
Parece haver uma tendência para que os livros mais complexos se tornem exclusividade de experts e pesquisadores,o que é lamentável.Acabam ficando restritos ao meio acadêmico e circulando somente entre os críticos.
Por outro lado,a literatura de entretenimento representa,não raro,um empobrecimento do estilo,simplificação e encobrindo a difusão de ideologias dominantes. Hoje em dia é comum encontrarmos muitos livros escritos da mesma maneira,com a mesma linguagem fácil ou "jornalística",prepocupada unicamente em agradar o leitor e vender em grandes quantidades.
Não podemos esquecer,porém,que o essencial na literatura é realizar uma elaboração do mundo que toque o coração do leitor sem apelar ao sentimentalismo barato.Um texto que aborde os elementos básicos da existência,trazendo certa luz ou,ao menos,um questionamento que leve à reflexão,mantendo sua grandeza,mas sem esquecer a simplicidade.
Pode-se optar não apenas pelo cerebralismo,por uma poesia burocrática,de gabinete, ou pelos interesses mercadológicos.Afinal,o literário tem a ver como o nosso estar no mundo e com quem somos.Os livros existem para serem lidos,vividos e amados.