sábado, 24 de agosto de 2013

GRANDE PÁTRIA DESIMPORTANTE

Trecho de minha crônica premiada:

Sabemos que aqui 'em se plantando,tudo dá'.Só não sabemos como tantas bocas clamam por comida e tantos estômagos gemem,vazios,nem qual mistério determina tão estranho paradoxo.
Sabemos também que ' Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores".
Só não sabemos responder para onde foram nossas florestas,a pureza de nossas águas,nem quem desfruta nossas riquezas naturais.É o que gritam agora os sabiás.
Só não soubemos que este 'não é um país sério'.Só não sabemos como compreender tantas lágrimas em meio a carnavalescos risos e fantasias (...)
Soubemos ainda que 'este é um país que vai pra frente".Só não sabemos como é que estamos,ao mesmo tempo,tão adiantados e tão atrasados no descompasso desse estranho relógio que determina nossas horas.
Soubemos que esta é uma 'pátria amada,idolatrada'.Só não sabemos explicar o porquê de nossos governantes tratarem-na como mimada menina,deixando-a de castigo tantas vezes.Melhor seria se a tartassem como mulher,com delicadeza e respeito.
Soubemos,inclusive,que esta é uma 'grande pátria desimportante".Só não sabemos como torná-la apegas grande,nem qual fermento é necessário para fazê-la crescer(...)
Milhões de gargantas,línguas,vozes ainda pedem: "Brasil,mostra a tia cara",pois queremos decifrar o teu intrigante enigma.Milhões de olhos querem se abrir,pois sabem que não verão "nenhum país como este".
Entre tantas afirmações e perguntas,buscamos decifrar-te algum dia,ó país esfinge.

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