quinta-feira, 15 de agosto de 2013

LITERATURA ENGAJADA

Muitos se preocupam em escrever 'o romance da sua geração".Ou em fazer análises e painéis sociais,refletir a respeito dos problemas do seu tempo.
Não defendo a ideia de "arte pela arte",mas creio que toda obra literária,de um modo ou de outro,sempre expressa algo a respeito do seu tempo,mesmo quando é considerada desengajada.
Não se trata de viver numa 'torre de marfim',de ser um "nefelibata",como eram denominados os poetas simbolistas.Nem é o caso de voltarmos a escrever romances à moda naturalista.
A questão é que o literário se caracteriza pela plurissignificação.Um texto sempre terá vários sentidos,várias leituras.Isso não quer dizer que significa qualquer coisa,mas que possui diversos sentidos simultaneamente.
Creio que a literatura mais engajada é aquela onde o autor explora um caminho próprio, buscando o desconhecido,realizando descobertas,obtendo visões mais amplas ou profundas a respeito da vida,captando algo do seu inefável mistério.
Escrever já é um engajamento.
Escrever é um comprometimento consigo mesmo,com os outros e com o viver.
Escrever é como ser um "batedor",ou seja,aquele que vai na frente para ver o que há e retorna para contar o que encontrou "lá".
Lembro de Riobaldo em Grande Sertão:Veredas :viver é perigoso.
Escrever,também.

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