Videopoema
https://www.youtube.com/watch?v=NLni7ok-JLA
Meu poema ALEXANDRIA na voz do escritor Herman Schmitz.
Poesia, contos, crônicas, textos a respeito de livros e outros autores. Textos ficcionais em geral.
https://www.youtube.com/watch?v=NLni7ok-JLA
Meu poema ALEXANDRIA na voz do escritor Herman Schmitz.
todos os vocábulos pronunciados
de Adão ao Fim dos Tempos?
Nossas células transpiram
palavras
no dicionário dos poros.
Nossa pele é vestimenta
a encobrir a nudez de Eva.
Vogais, consoantes,
ideogramas
e continua anônimo
o mundo.
Casamo-nos com aquilo
que em nós nomeia.
Ignoramos aquilo
que em nós sabe.
Cunhamos moedas,
colecionamos selos,
enlouquecemos Van Gogh,
matamos Rimbaud.
Extinguiu-se a vida
com os dinossauros.
Carregamos pedras
que ainda não se converteram
em roda.
Dos mortos guardamos
ouro e sobrenome.
O tempo se calcifica
nas veias extintas
dos fósseis.
Fragmentos devoram
o inteiro
nos Manuscritos do Mar Morto,
como se fosse, o mundo,
pálpebra a encobrir
o pasmo do olho.
Inventamos Shakespeare
como se Shakespeare não houvesse
nos inventado.
Talvez um dia possamos
escrever
com o mesmo zelo
dos suicidas
e a solicitude tão terna
dos incendiários
da Biblioteca de Alexandria.
A previsão do tempo
avisa-nos
que haverá temporal,
queda de granizo
e rajadas de vento de 100 km por hora.
Abriguemo-nos todos
na Arca de Noé,
sejamos sobreviventes
de catástrofes geradas
pelas intempéries do mundo.
Muitos morrem
na ansiedade da espera,
incapazes de suportar
os caprichos da natureza.
São estes que nos avisam
que a morte é inevitável.
Santosh Bakaya é importante escritora da Índia. Tem diversos livros publicados.
POEMA
Que minha poesia derrame consolo, amor e compaixão
no pequenos anjos especiais e seus cuidadores ainda mais especiais,
e que essas pessoas me ensinem a poesia do amor,
através de sua bondade inocente.
Que eles infundam em minha poesia aquele raro toque de cura.
Não, minha poesia não pede demais.
Minha poesia anseia ser curada com a força robusta de seu espírito,
e apesar de todas as probabilidades me faz cantar canções de esperança e resiliência.
Deixe-me escrever um poema que apague a pobreza opressiva, tão desenfreada.
Com um golpe da caneta, deixe-me remover todos os vestígios de racismo,
patriarcado e desonestidade e estabelecer o humanismo.
Ressuscite os sonhos em olhos mortos, transforme suspiros persistentes
em sorrisos sem fim, conserte melodias quebradas,
transforme este mundo distópico em uma utopia onde reina o amor.
Deixe-me escrever um poema que vai remendar os buracos nas meias do pobre garoto,
onde os dedos trincados e rachados aparecem conscientemente.
Deixe minhas palavras protegê-lo das batidas cruéis da vida.
Sim, deixe-me escrever um poema que irá remover as lágrimas
do rosto de uma criança devastada pela guerra, e o escárnio
do rosto de um auto-intitulado demagogo.
Deixe-me escrever um poema que fará com que os pássaros zombeteiros
cantem com total facilidade.
Sim, dê-me esses instrumentos poéticos, por favor.