terça-feira, 29 de dezembro de 2020
Para quem aprecia o gênero CONTO, deixo aqui algumas sugestões de leituras daqueles que considero alguns dos melhores contos de todos os tempos.
Jorge Luis Borges
Tlön, Uqbar, Orbis Tertius
A Biblioteca de Babel
As Ruínas Circulares
O Imortal
O Aleph
Clarice Lispector
O Crime do Professor de Matemática
A Menor Mulher do Mundo
Amor
O Ovo e a Galinha
Yukio Mishima
Dojoji
As Sete Pontes
O sacerdote do Templo Shiga e seu Amor
Morte em Pleno Verão
Henry James
O Desenho do Tapete
A Coisa Autêntica
Katherine Mansifeld
A Aula de Canto
A Festa ao Ar Livre
Isak Dinesen
A História Imortal
A Festa de Babette
( imagem: Google)
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
O Vento da Noite - Emily Brontë
À meia-noite de verão,mole
como um fruto maduro,
A lua sem véus lançou sua luz
Pela janela aberta do parlatório,
Através dos rosais onde o orvalho chovia.
Sentada e perseguindo o meu sonho de silêncio,
A doce mão do vento brincava em meus cabelos
E sua voz me contava as maravilhas do céu
E a terra era loura e bela de sono.
Eu não tinha necessidade de seu hálito
Para me elevar a tais pensamentos,
Mas um outro suspiro em voz baixa me disse
Que os negros bosques são povoados pelas trevas.
A folha pesada, nas águas da minha canção,
Escorre e rumoreja como um sonho de seda,
E ligeira, sua voz miriápode caminha
Dir-se-ia levada por uma alma fagueira.
E eu lhe dizia: " Vai-te, doce encantador.
Tua amável canção me enaltece e me acaricia,
Mas não creio que a melodia desta voz
Possa jamais atingir o meu espírito.
Vai encontrar as flores, as tuas companheiras,
Os perfumes, a árvore tenra e os galhos débeis;
Deixa meu coração mortal com suas penas humanas,
Permite-lhe escorrer seguindo o próprio curso."
Mas ele, o Vagabundo, não me queria ouvir,
E fazia seus beijos ainda mais ternos,
Mais ternos ainda os seus suspiros: "Oh, vem,
Saberei como conquistar-te apesar de ti mesma!
Dize-me, não sou o teu amigo de infância?
Não te concedi sempre o meu amor?
E tu o inutilizavas com a noite solene,
Cujo morno silêncio desperta minha canção.
E quando o teu coração achar enfim repouso,
Enterrado na igreja sob a lousa profunda,
Então terei tempo para gemer à vontade,
E te deixarei todas as horas para ficar sozinha..."
(tradução: Lúcio Cardoso).
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
Tradução
POEMA
Pode, o botão
sempre botão permanecer?
Não, necessita
abrir-se
pétala por pétala,
tornar-se flor.
Podem, as pétalas
recolher-se, fechar-se,
tornar-se botão?
Não, necessitam desenovelar-se,
desprendendo-se, dessecadas, mortas
na castanha crosta da terra,
nem flor nem botão.
Mas, Amado meu,
tenho me recolhido
vez ou outra
em botão, flor e floração,
vergando-me sob
as ramagens do amor.