domingo, 28 de janeiro de 2018
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
Conto: ESCOLHA
- Tenho uma teoria.- disse o cientista.- Mas duvido que os meus colegas concordem.
- E qual seria?
- A situação já se estendeu muito mais do que esperávamos.
- Sim. Doze meses. Uma gravidez humana de doze meses é impossível.
- De fato.
- E o feto parou de crescer.
- Exaro.
- Pois bem. Está vivo,saudável e não fosse o fator tempo,poderíamos dizer que é uma gravidez normal.
-Perfeito.
- Há uma possibilidade: a criança simplesmente se recusa a nascer.
- Ou a mãe não quer que ele nasça.-revidou o outro.
- Eles vão exigir uma cesariana.
- Certo. Assim que descobrirem.
- E se os escondêssemos? E os anos passassem? O que aconteceria?
- Fascinante. precisamos saber ,precisamos descobrir isso.
- O que faremos? Revelamos o caso? Ou escondemos?
Os outros cientistas acabavam de chegar.
sexta-feira, 19 de janeiro de 2018
AUTOR CONVIDADO
Lucas Alvim é de Minas Gerais . Graduado em Engenharia Mecânica pela UFSJ. Até agora escreveu quatro livros e de poesia: Maço de Março, Exergia, Contorcionismo e Cantigas Cotidianas.
FASTIO
Distendo o espaço
com uma lança cega
que se despreguiça
crescendo seus galhos
até preencher o redondo céu
de meus olhos
jorrando meu peito
que abre as cortinas
para entrar o sol
que mata meus ácaros
seca meu suor
e me deixa
terra morna
neve parada
estômago cheio
e pós-coito.
Esta é minha luta diária.
Uma flecha guardada
para se usar em casa,
e me disparar dela
sem cair.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
Homenagem
Esta semana soube do falecimento do amigo poeta Aricy Curvello.
Tive o privilégio de entrar em contato com ele por carta há alguns anos. E logo iniciamos uma correspondência. Ele sempre me enviava cartas detalhadas a respeito de suas publicações. Gentil,sempre me enviava exemplares de livros importantes que havia sido publicados,assim como revistas literárias.
E assim acabei escrevendo diversos artigos a respeito de seus poemas e livros. O que nos levou à decisão de reunir todo o material num livro,que acabou ganhando duas edições.
O livro foi muito bem recebido pelos melhores críticos brasileiros. E acabou ganhando a Medalha de Ouro.
É um alívio saber que o projeto foi realizado e teve êxito ainda antes do falecimento de Aricy.
Espero que sua obra continue sendo estudada ao longo do tempo, pois merece tal consideração.
Deixo aqui o meu abraço ao amigo poeta que nunca encontrei pessoalmente, mas com quem troquei cartas e emails.
Que esta pequena homenagem possa alcançá-lo,esteja onde estiver.
domingo, 14 de janeiro de 2018
sábado, 13 de janeiro de 2018
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
sábado, 6 de janeiro de 2018
Resenha
A história de E no Final a Morte de Agatha Christie ocorre no Egito ,dois mil anos A. C. Como ela própria salienta, poderia ocorrer em qualquer outra época. O que é um fato. O diferencial é que as superstições e crenças do período têm alguma influência sobre a trama.
Na primeira parte, a autora, com agilidade, consegue mostrar qual a situação da casa do sacerdote IInhotep sob o ponto de vista de sua filha Renisenb. Quando aquele retorna de viagem, traz consigo uma concubina, que irá alterar o rumo dos acontecimentos, fazendo aflorar o lado oculto ou mais verdadeiro de cada um dos personagens. Entre permanência e mudança , os fatos se desenrolam. Nada mais será o mesmo.
A psicologia dos personagens é essencial para a história e para desvendar o mistério que toma conta da casa. Há diversos assassinatos, é claro, inicialmente atribuídos a causas sobrenaturais. O melhor do livro consiste nas questões internas de cada um dos membros da família. Eis a chave de tudo. A autora já havia feito coisa semelhante em outros livros, mas neste em particular ela se sai bem.
Agatha Christie ,obviamente, não tem o refinamento de uma Ruth Rendell,por exemplo. Mas ,em muitos casos, soube explorar a própria capacidade inventiva.