Trecho do prefácio que o escritor Marcelo Mourão escreveu para o meu novo romance que está em pré-venda na Editora Penalux:
"Há muitas premissas que podem nos levar a
crer que um simples texto deva ser classificado como uma genuína obra de arte
e, não, um mero conjunto de palavras e parágrafos empilhados. A principal dessas
premissas que, para mim, se faz presente em A
missa dos insetos mortos é a sua qualidade inquestionável de nos causar
espantos. Toda obra de arte que se preza precisa nos sacudir, nos tirar da tão
propalada, nos dias de hoje, “zona de conforto”, tem que nos surpreender e, com
isso, nos colocar para pensar.
Cleber Pacheco consegue exercer sua
maestria tanto no conteúdo quanto na forma que optou por moldar este seu
trabalho. No conteúdo, vejo, mais uma vez, este jovem (e talentoso) autor desenvolver
temas que vêm sendo caros em sua obra: misticismo, forças ocultas, mundos
paralelos, realidades metafísicas, mitologias inventadas (pelo próprio autor), ritos
e mitos misturados e/ou reformulados, enfim, uma série de caracteres que
poderiam muito bem rotular este seu livro como sendo de “realismo fantástico”
ou puramente como uma obra de “fantasia”, mas, neste livro tão instigante,
qualquer etiqueta, que se queira colar, não consegue adesão e acaba por cair
por terra. De início, me veio a dúvida: este livro deve ser considerado um
romance? Ou seria um antirromance, aos moldes de Claude Simon, Uwe Johnson,
Julio Cortázar, Ana Hatherly e tantos outros? Seria um conto fantástico, com
alguns elementos de terror soft? Difícil definir um único perfil para este
trabalho, quando, conforme disse antes, essa obra nos espanta, nos sacode e,
porque não dizer, nos dá uma espécie de choque."