segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Resenha


 
    No ano passado li os romances distópicos. Ainda faltava FAHRENHEIT 451 de Ray Bradbury, que encontrei somente agora.  Havia assistido à versão cinematográfica dirigida por FrançoisTtruffaut e gostado muito. Nesta leitura é possível observar detalhes omitidos no cinema.
   Bombeiros cuja tarefa não é mais a de apagar incêndios e sim incendiar livros, considerados inúteis e perigosos numa sociedade de um futuro próximo é o plot da história. 
   O personagem  Montag, um dos bombeiros, incomodado com sua tarefa, tem a curiosidade despertada: o que haveria nos livros que incomoda as autoridades e as pessoas? Totalmente alienada, a população acha perfeitamente normal destruir aquelas coisas perturbadoras. Quando, num gesto de revolta, Montag decide ler um poema para as amigas de sua esposa  Mildred, uma completa desmiolada, causa diversas reações: repulsa, revolta, choro convulsivo. Elas preferem acompanhar tolices apresentadas nos telões, que transmitem programas imbecilizantes, lembrando os reality shows de hoje em dia.
   Em ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, de Huxley, os livros também são hostilizados. Bebês são condicionados a jamais se aproximarem deles. Fechados numa sala, recebem descargas elétricas quando tocam um livro. Nas distopias, cultura e conhecimento, pensar e refletir tornam-se coisas odiosas e dispensáveis. É preciso criar rebanhos obedientes e tolos para a dominação e controle.
   Montag acaba entrando em contato com Faber, apto a lhe orientar e ajudar em seu difícil despertar. Outro personagem importante é Beatty, chefe dos bombeiros, capaz de citar obras de cor e capaz também de destruí-las sem o menor constrangimento.
   Significativamente são duas mulheres que aceleram o processo de Montag de ir se conscientizando a respeito da sociedade onde habita: Clarisse, uma jovem considerada maluca, mas muito provocativa, consegue incitar sua razão e sua sensibilidade. E uma mulher cuja biblioteca é queimada pela equipe. Recusando-se a abandonar seus amados livros, prefere ser queimada viva junta com eles. O contato com mundos tão diferentes do seu faz Montag repensar o vazio de sua existência e buscar mais do que lhe é oferecido pelo sistema.
   O tempo passou, mas o romance não perdeu a atualidade. Ao contrário, sua leitura se faz cada vez mais necessária e urgente. 
 
 

 

domingo, 8 de setembro de 2019

Habilidade


Minha arte
não é importante,
disse Vincent
descascando batatas.

(pintura: Comedores de Batatas- Vincent Van Gogh).

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Amazônia

    A destruição da Amazônia não é um acidente, não é um acaso, não é um descuido. É um projeto. Projeto movido pela ganância, por aqueles que estão dispostos a liquidar com tudo: índios, árvores, águas, animais. Empresas estrangeiras, fazendeiros, grileiros, fazendeiros.  E um (DES)governo  hipócrita que fala em patriotismo mas vai liquidando o país e entregando nas mãos de empresários e corporações que arrancam nossa pele, nosso sangue, nossa alma.
    A destruição da Amazônia faz parte de um projeto que inclui a destruição do Ensino, da pesquisa científica, das manifestações culturais, dos direitos trabalhistas e do pensamento. Fascismo.
   A monstruosidade que está ocorrendo no Brasil em todas as áreas é um dos piores ataques à democracia, à cultura, ao ser humano que já vi.
   O mundo está cada vez mais ciente desses fatos e precisa divulgar, denunciar,  ter atitudes firmes e sérias.
   Não é mais possível permitir que isso continue.
   O Brasil pede socorro.