Autor Convidado
Nascido em São Paulo, André D’
Soares, 25 anos, cresceu em meio à pobreza. Ainda que com uma vida financeira precária,
conseguiu cursar, por dois anos, Sistemas de Informação numa universidade
privada. Trancou o curso para estudar por conta própria almejando uma
universidade pública. Antes do vestibular, resolveu viajar com o seu irmão para
a Bahia, mas voltou sem ele. Desde então, como válvula de escape, começou a
escrever e não parou mais. Hoje, deseja viver da literatura, mesmo em
detrimento de seu próprio estômago... Publicou pela editora Penalux em outubro de 2016“Cheiro de mofo”, o seu
primeiro livro (contos).
Onde o camponês não pode pisar
Caminhando pelas terras do manso
senhorial,
Pelas ruas nobres de São Paulo,
Percebi que os senhores brancos e ricos
Dilataram suas pupilas e se afastaram
Pelas ruas nobres de São Paulo,
Percebi que os senhores brancos e ricos
Dilataram suas pupilas e se afastaram
De mim às pressas;
Ficaram com medo por algum motivo.
Ficaram com medo por algum motivo.
Talvez pela roupa suja de camponês,
Com furos, que eu usava;
Pelos chinelos remendados da Ipanema.
Talvez pela minha cor escura
Ou pelas marcas de sofrimento em meu rosto.
Pelos chinelos remendados da Ipanema.
Talvez pela minha cor escura
Ou pelas marcas de sofrimento em meu rosto.
E os seguranças,
Que haviam nascido no mesmo berço que o meu,
Que resolveram vender suas almas
Para proteger aqueles senhores,
Seguiam-me com suas algemas já abertas
E seus revólveres prontos para cuspir balas.
Que haviam nascido no mesmo berço que o meu,
Que resolveram vender suas almas
Para proteger aqueles senhores,
Seguiam-me com suas algemas já abertas
E seus revólveres prontos para cuspir balas.
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