Livraria
A livraria era um universo e a laranja que o meu avô tinha nas mãos, o seu sol.
Entrei,como de costume, para passar a tarde toda ali.
Podia escolher o que quisesse: aventuras, mistérios,quadrinhos, mundos mágicos.
Sentei-me no canto após escolher o livro da vez e mergulhei.
Todo o restante deixou de existir.
Sim,ele permitia. Eu ficava ali quanto tempo quisesse,podia vasculhar as possibilidades oferecidas.
Fluíram os anos e continuei frequentando o lugar. A velhice das estantes e dos volumes trazendo a garantia de que o encanto perduraria para sempre.
A dor e a morte prosseguem lá fora,nas ruas, mas ali os alfarrábios, como que por milagre, ainda respiram.
(foto: Google)
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