quarta-feira, 10 de maio de 2017

In-verso



Tudo é avesso
de uma outra coisa,
tudo é sombra
sem ruído
e fere a visão.
Tudo é praga
e desatino
e corrói
a carne
além da superfície.
Tudo é ânsia
e vestidão
como se em velório
estivesse.
Tudo é ainda
e o deter-se
é só um jeito
de despedir-se.
Tudo é fundo
e aluvião,
cratera remoída
no vitríolo
do infinito.
Tudo é disparidade
e exclusão
no anteparo
das vísceras
do instante.
Tudo é forma
e rouquidão
na quebra
do celibato de existir.

(foto: Google imagens)

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