Cordeiro Místico
Silêncio do ventre imaculado,
doce cordeiro
onde o cosmos canta
em coloratura e breu,
água viva
de onde jorra
o fecundo que em nós tece
frutos de fome e saciedade,
cordeiro alvo
de estigma que brota
em dor serena
que reverbera muda
e sem flor
em androceu e gineceu,
cordeiro santo
esculpido em bruma
no tabernáculo do Logos,
vítima e glória do Inefável
em resplendor que enlouqueceu,
cordeiro ígneo
onde o oceano cessa
e principia e traz
à tona a pérola furtiva
do céu,
cordeiro místico,
onde a vida resgata
a vida na morte
em que o infindo
se desvaneceu.


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