Filho Pródigo
Para existir, uma carta precisa
de três princípios:
primeiro, um destinatário
a quem seja endereçada
e que a decifre
com ânsia de esfinge;
segundo, um remetente,
que a fabrique entre
as tramas incertas do invisível;
terceiro, o conteúdo propriamente dito:
tanto generalidades a respeito do clima
e do estado das estradas
quanto novidades altamente
inesperadas e dramáticas.
Caso nenhum desses três princípios
seja mais possível e nenhuma
carta volte a ser gerada
neste mundo omisso e insano,
que ao menos persista
o espanto de um dia
terem existido, criando
o Tempo, esse filho pródigo do Espaço.
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