Valsa
Há modos tantos
de inventar o vento:
flagrar a folha
fecundar o embrião
da nuvem dissipada;
sorver o sopro,
expirar palavra,
imprimir o gesto
no corpo-ideograma.
Há muitos modos
de se ver o vento:
nenhum deles
dispensa o drama.
Há um modo outro
de convocar o vento:
revirar o olho
em seu avesso:
adormecê-lo cego ,
inspirar começo,
desmembrar de membrana
que voo alça,
e enfim curvar-se
à sua valsa.
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