Cisnes
Rogamos
para que intercedam,
por nós , os santos,
sua Divina Graça
em nossa travessia na equanimidade
do deserto.
Rogamos
por cabeças, pés e mãos
que não nos desmintam
e que saiamos invictos
de nossa singular miséria.
Alguns não têm
olhos, outros não têm
dentes, a outros
a vida avisa
que no pranto reside
a Graça e que só
os descarnados
até os ossos sobrevivem
à corrosão da areia
incidindo impiedosamente
sobre nossa medula óssea.
Por fim restam
os cisnes que a tudo
ignoram deslizando
suas arestas na perfeita
contrição do lago.


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