Resenha
Os antigos Bestiários da Idade Média descreviam os animais de modo fantasioso, conforme as superstições e crenças da época, tendo um caráter muito mais imaginativo do que realista. O pensamento científico ainda não havia surgido e a mente era dominada pela religiosidade.
Posteriormente as Fábulas continham, breves histórias atemporais e os animais representavam defeitos ou qualidades humanas,sempre deixando uma lição moral.
Em O Livro da Selva, Kipling elaborou relatos do reino animal,mas tendo como foco o ser humano.
O escritor uruguaio Horacio Quiroga colocou os animais como centro de algumas de suas narrativas. O mundo humano vem em segundo plano,interferindo no mundo natural.
Em Anaconda o autor aborda os ofídios, dotando-os de personalidade. O conflito surge quando as cobras acabam descobrir um instituto que as utilizará para obter soro antiofídico.. Revoltadas e com temor, elas decidem reagir., surgindo um conflito entre a anaconda, a maior das cobras sul- americanas, que pode atingir até dez metros,mas não é venenosa, com a cobra mais venenosa ,trazida da Índia.
Temos aqui um embate entre forças do mundo natural e,também, do mundo humano.. O relato é muito interessante e,por ser breve, não desperdiça uma só palavra.
Com isso Quiroga consegue criar um universo próprio, alargando as possibilidades dos gêneros literários. Uma experiência interessante para o leitor.
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