A Arte das Coisas
Quando uma coisa provoca,
provoca sem ruído,
escava uma toca
e resolve o seu sentido
e então mais choca
por ter se convertido
em longo fio e roca
que anunciam um tecido
que revela como é oca
a veste com que é vestido.
Quando uma coisa revela
o seu modo combalido,
sem mais esta nem aquela
reconhece o seu sentido,
pinta uma aquarela
a partir do próprio olvido
e descobre como é bela
a cor do desconhecido.
Quando uma coisa inaugura
o seu jeito repetido,
torna-se mais pura
para ter maior sonido,
convertendo a curvatura
em algo estendido,
preenchendo a partitura
com o ângulo perdido
em suave arquitetura
de som e de sentido.
provoca sem ruído,
escava uma toca
e resolve o seu sentido
e então mais choca
por ter se convertido
em longo fio e roca
que anunciam um tecido
que revela como é oca
a veste com que é vestido.
Quando uma coisa revela
o seu modo combalido,
sem mais esta nem aquela
reconhece o seu sentido,
pinta uma aquarela
a partir do próprio olvido
e descobre como é bela
a cor do desconhecido.
Quando uma coisa inaugura
o seu jeito repetido,
torna-se mais pura
para ter maior sonido,
convertendo a curvatura
em algo estendido,
preenchendo a partitura
com o ângulo perdido
em suave arquitetura
de som e de sentido.
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