quinta-feira, 11 de setembro de 2014

LUZ

Não raro a luz se esconde
ao não se esconder,
exposta,
lume a vibrar
no ofício das trevas,
desbravamento
do explícito
na obscuridade do óbvio.
O ter que tem
de não ver
a qualquer custo,
tatear de cegos
na claridade
nua do dia.
Olhos de ver
que não veem
por temer
a limpidez do lúcido,
olhos comidos do rancor
a esmagar o visível,
ignaro a verter torpor
nas veredas do nítido.
Não raro
o arranhar de retinas
é prenúncio
de insuportável aurora.

(foto de Cleber Pacheco)






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