CONTO
O ESPELHO
Dentre todas as pessoas daquela festa, sem dúvida Jonathan era a mais solitária. Talvez fosse pelo nome esquisito.Ou pelo fato de sua mãe não ter um marido.O caso é que ninguém mais olhava como ele.Seus olhos continham uma luz nunca refletida em alheios olhares.
Transbordando de convidados,inchada parecia a casa,invadida por tantos seres inquietantes:uma tia de chapéu (fato intrigante por si só),crianças rechonchudas (pareciam-se com antigas bonecas),uma prima de olhos verdes (a mais significativa de todas).Entre incomuns vestidos e barrigas salientes,ele caminhava quase sem destino.Apenas quase.Inquietava-o a presença da prima.
Passou a persegui-la por toda parte,tentando provocar um encontro,uma conversa.Escorregadia,evitava-o.Insistiu.
Tinha de conseguir.Sabia não se tratar de teimosia,conquista ou egoísmo.Simplesmente precisava realizar o contato.Algo impulsionava-o na direção dela,uma espécie de chamado,de fatalidade.
Nada mais o interessou.Passou a ignorar parentes e convidados.Nada tinha o menor significado ou sentido.Era como se somente ela existisse.
Não estava apaixonado.
Poderia dizer tudo o que aquilo não era.Apenas não poderia definir em que consistia.
Pouco se importava se os outros haviam percebido alguma coisa ou o que pensariam a respeito.Precisava,
A velha atração entre primos poderia alguém dizer.Riria muito diante de tal afirmativa.
Quase ao final da comemoração,enfim conseguiu.Traiçoeiro,pegou-a de surpresa.Ela,no susto,olhou-o por um átimo de segundo.Foi o suficiente.Ao contemplar aqueles olhos,imediatamente soube o que deveria fazer.
Foi até o antigo espelho oval da sala e encarou-o.
Ali estava.Tão velho quanto o mundo.
Intimamente sorriu.
Há muito e muito esperara por tão inaudito momento.
Dentre todas as pessoas daquela festa, sem dúvida Jonathan era a mais solitária. Talvez fosse pelo nome esquisito.Ou pelo fato de sua mãe não ter um marido.O caso é que ninguém mais olhava como ele.Seus olhos continham uma luz nunca refletida em alheios olhares.
Transbordando de convidados,inchada parecia a casa,invadida por tantos seres inquietantes:uma tia de chapéu (fato intrigante por si só),crianças rechonchudas (pareciam-se com antigas bonecas),uma prima de olhos verdes (a mais significativa de todas).Entre incomuns vestidos e barrigas salientes,ele caminhava quase sem destino.Apenas quase.Inquietava-o a presença da prima.
Passou a persegui-la por toda parte,tentando provocar um encontro,uma conversa.Escorregadia,evitava-o.Insistiu.
Tinha de conseguir.Sabia não se tratar de teimosia,conquista ou egoísmo.Simplesmente precisava realizar o contato.Algo impulsionava-o na direção dela,uma espécie de chamado,de fatalidade.
Nada mais o interessou.Passou a ignorar parentes e convidados.Nada tinha o menor significado ou sentido.Era como se somente ela existisse.
Não estava apaixonado.
Poderia dizer tudo o que aquilo não era.Apenas não poderia definir em que consistia.
Pouco se importava se os outros haviam percebido alguma coisa ou o que pensariam a respeito.Precisava,
A velha atração entre primos poderia alguém dizer.Riria muito diante de tal afirmativa.
Quase ao final da comemoração,enfim conseguiu.Traiçoeiro,pegou-a de surpresa.Ela,no susto,olhou-o por um átimo de segundo.Foi o suficiente.Ao contemplar aqueles olhos,imediatamente soube o que deveria fazer.
Foi até o antigo espelho oval da sala e encarou-o.
Ali estava.Tão velho quanto o mundo.
Intimamente sorriu.
Há muito e muito esperara por tão inaudito momento.
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