Poema de Cruz e Sousa
ALELUIA! ALELUIA!
Dentre um cortejo de harpas e alaúdes
ó Arcanjo sereno, Arcanjo níveo,
baixas-te à terra, ao mundanal convívio...
Pois que a terra te ajude, e tu me ajudes.
Que tu me alentes nas batalhas rudes,
que me tragas a flor de um doce alívio
aos báratros, às brenhas, ao declívio
deste caminho de ânsias e ataúdes...
Já que desceste das regiões celestes,
nesse clarão flamívomo das vestes,
através dos troféus da Eternidade
traz-me a Luz, traz-me a Paz, traz-me a Esperança
para a minh'alma que de angústias cansa,
errando pelos claustros da Saudade!
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