terça-feira, 12 de novembro de 2013

O ROMANCE GREGO (SÉCULO II a VI d. C.)

De acordo com Mikhial Bakhtin,o romance grego ou sofista traz "um tempo de aventuras profunda e meticulosamente desenvolvido".Alguns deles chegaram até nós de modo integral.São eles: A Novela Etíope,de Heliodoro;Leucippes e Clitofontes,de Aquiles Tatius;Chereas e Callirhoé,de Chariton;As Efesíaquas,de Xenofonte de Éfeso;Dafnes e Chloé,de Longus.
Tais romances foram a base e o modelo para os romances de aventura que surgiram posteriormente e que permaneceram muito semelhantes,sem trazer grandes alterações,mantendo o mesmo esquema geral ao longo do tempo.
As histórias giram sempre em torno de um casal que se encontra de modo inesperado.Ambos são extremamente belos e se apaixonam instantaneamente.Então uma série de situações complicadas acabam por mantê-los separados,até que,ao final,ocorre o casamento.
"Todos os elementos do romance (...) não são de modo algum novos: todos eles encontravam-se e foram desenvolvidos em outros gêneros da literatura clássica",afirma Bakhtin.(...) Entretanto,todos esses elementos de variados tipos de gênero são aqui fundidos e ligados numa nova unidade específica de romance,cujo elemento constitutivo é o tempo do romance de aventuras.Num cronotopo completamente novo - os elementos de vários tipos de gênero adquiriram novo caráter e funções particulares,e por isso deixaram de ser o que eram em outros gêneros".
E o autor acrescenta:
" O ponto de partida da ação do enredo é o primeiro encontro do herói com a heroína e a repentina explosão de paixão entre eles;e o ponto de chegada da ação do enredo é a feliz união dos dois em matrimônio.Todas as ações do romance desenrolam-se entre os dois pontos".
Podemos perceber que,sem dúvida,esta estrutura é muito familiar de todos nós até hoje.


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