A árvore dos mundos desvela
início e fim dos tempos.
Sorve seiva, transpira resinas,
na licenciosidade de seus ramos.
É mais densa sua sombra
que o regurgitar
dos frutos na avidez
de estranha flora.
Não se corta o seu tronco,
não se depura a sua casca,
não se maceram
elixires e unguentos.
É cítrico seu aroma,
ácido seu sabor,
desvairada sua forma flagrada
por loucos e videntes
desnutridos de razão.
Materializam-se suas carnes
no assombro
da circuncisão do tempo.
Frutos e raízes descamadas
no transbordamento
dos sentidos,
brotam e transmutam
bençãos, maldições
nos mundos descarnados
no infinito das eras.
Desmembra,
a nua árvore,
a nitidez do quaternário:
estações, elementos, direções ,
mapas e cartas náuticas
a se desmentirem
no desventrado dos possíveis
inaugurando
as artes do improvável.
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