Resenha
Alguns livros precisam realmente ser lidos. Tendo visto uma versão cinematográfica há alguns anos, percebi que era o momento de conhecer o texto. E então encontrei numa livraria esta edição de O Diário de Anne Frank, publicado em 2017 pela BestBolso.
Pode-se dizer que se trata de um livro que nunca perde o seu impacto,força e intensidade ao longo do tempo. E continua atual,se pensarmos nas lamentáveis guerras que ainda ocorrem, nos diversos genocídios que aconteceram antes e depois e parecem não ter nenhuma pressa em serem extintos.
Acompanhar a trajetória daquelas pessoas no Anexo Secreto sob o ponto de visto da jovem Anne Frank tem uma capacidade de nos envolver,emocionar e fazer refletir. Viver dois anos sem poder sair às ruas, em permanente tensão e medo fazia os conflitos virem à tona constantemente. Isso sem falar nos problemas referentes à alimentação,higiene,roupas,etc.
As descrições e narrativas de Anne, que desejava ser escritora e jornalista, nos toca profundamente. Podemos acompanhar o seu percurso conhecendo seu olhar arguto,crítico e,algumas vezes melancólico e nos faz pensar a respeito do humano,da sociedade e suas constantes injustiças, do preconceito que se mantém atual neste doentio século XXI.
É impressionante acompanhar o processo de amadurecimento e as transformações da jovem, a sua insegurança e capacidade para olhar para dentro de si mesma,analisando-se o tempo todo, assim como a sua religiosidade e conexão com a natureza. E ainda assim, podemos nos divertir com o seu senso de humor e vivacidade.
Já li alguns diários,cartas,biografias e memórias. Mas este é um exemplo particularmente significativo e que deveria ser lido por todos nesta época de intolerância,de discriminação, dividida entre dois extremos: globalização e isolacionismo xenofóbico.
O Diário não é apenas um documento histórico, é um documento humano cujo valor nunca se perde e que ainda tem muito a nos ensinar. .
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