Cada livro da biblioteca tem uma história.
Morte de Alguém de Jules Romains, por exemplo, estava abandonado numa caixa com outros títulos numa Feira do Livro. Quando o vi, imediatamente tratei de pegá-lo . O vendedor mal podia acreditar que eu havia escolhido justo aquele. Havia duas mulheres por ali comprando um daqueles famosos de autoajuda. Olharam com estranhamento e um certo descaso. Até achei graça na situação.
Não muito diferente foi quando comprei um exemplar de poemas de Saint-John Perse. Já meio velhinho e com a capa desbotada, sofria também de cruel abandono. Os vendedores olharam um para o outro como quem diz: "Não acredito! Até que enfim!" Já deviam ter desistido há muito de efetuar a venda.
Meu exemplar do Rubáiyát encontrei num sebo em Porto Alegre.. Desisti de levar outros para ficar com ele. Cada poema era emoldurado por belos arabescos ,tornando ainda mais poética a obra.Já o livro de poemas de Paul Valéry encontrei numa fantástica livraria com livros espalhados por toda parte.Apreciava ir até lá aos sábados para ouvir alguém tocando o piano de cauda que havia enquanto escolhia o que me interessava. O exemplar era em francês e continha o magnífico poema O Cemitério Marinho.Não hesitei em pagar mais caro.
Também no sebo encontrei diversos autores orientais. Tenho especial interesse por eles. A literatura indiana contemporânea tem excelentes romancistas.
O que lamento até hoje é ter deixado escapar aquele magnífico livro com a obra completa de Baudelaire. A Livraria fechou e a oportunidade de adquiri-lo perdeu-se para sempre. Entrou para a história dos livros que escaparam pelos vãos dos dedos.
(foto: Google)
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