Carlos Eduardo Marcos
Bonfá nasceu em Socorro (SP) em 1984. É graduado em Letras, mestre e doutorando
em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” (UNESP). Colabora para a revista “Mallarmargens” e mantém o blog Beleza intrusa (www.carloseduardobonfa.blogspot.com).
Endereço eletrônico: ce.bonfa@terra.com.br
A FLOR NA PELE
Um
pesadelo de trepadeira-jade
Puxa
minha perna à meia sombra esgueirada.
Meu
desespero é que plantas
Se
esgueiram quase imperceptíveis.
Alguns
jardins me são paisagens de medo.
Que
espécie de florista amaldiçoou meu sono
E
minha vida na flor da idade?
Meu
sono azulado que se confunde
Com
o pesadelo trifoliado
De
uma beleza terrivelmente perolada,
Com
o pesadelo requintado de esmeralda?
Beija-flores
são atraídos para este pesadelo
De
condição pergolada.
Quando
o pesadelo desperta no espelho
Sente
sujeira até nos cabelos:
Caramanchão
de cara manchada
Lavada
em água marinha.
Uma
polifonia ameaça meus ouvidos
Com
asas de morcego
Incentivando
a polinização.
Como
polinizar nos sonhos?
As
vozes querem me dar esta função,
Querem
me dar asas.
Eu
cedo, cedo para fugir
Ou
para dar sentido a tudo isto.
Cedo
para invadir outros sonhos,
Me
comunicar com raízes
E
flores à flor da pele
Dos
homens cobertos com a areia do sono.
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