Sobre
o piano dorme
a velha gata ,
os primeiros acordes
da quinta sinfonia de Beethoven.
Não há ratos para brincar,
nem piruetas para exibir,
só o aroma
do anonimato das coisas
que se recusam
a dizer onde estão.
Pode, agora, a gata
vasculhar
todas as imagens sem pronúncia
que se anunciam
no intervalo mudo
das estações.
Ferina e livre,
pode, enfim, revelar
a voz de soprano
do vazio.
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