Elício Nascimento escreve poesia desde os 13 anos de idade. É bacharel em Direito e advogado. Trabalha como servidor municipal. Tem um livro publicado pela editora Caravana e textos publicados em revistas literárias.
Fumou
seu calendário o vento
Queimou
ponta a ponta sem filtro
A cada
tragada um bom tempo
Subia
ao ar do precipício
Carbonizou
vivas as datas
Cuidadosamente
esquecidas
Do
aniversário das duas filhas
Ao de
casamento entre farras
O
vento da vida avisou
A cada
nova ruga rala
Acesa
ao dia que apagou
Acordou
no rosto do nada.
IMPOSTO VOLUNTÁRIO
Aprazer-se do prazer para ser
A nova
antiga conquista do mundo
Na
mais rasa prova, prova-se fundo
A sala
clara sem se poder ver
Cento
e oitenta graus, parede a parede,
Todas
as revoluções nessa sala
Muda-se
o nome, contorno, tapete,
Mas,
nos móveis, o imóvel é da sala
Tato a
tato na sala iluminada
Vê-se,
alto, o esmero da decoração
Em
busca da nova revolução
Até o
prazer no centro do nada
A cada
novo objeto aparece
O que
some na claridão da sala
E tudo
se ajeita no que apetece
E a
nova revolução na entrada
A
última espera sua esperança:
Nascer
nos cômodos empoeirados
No
comodismo da mesma mudança:
Mudando no cômodo ajoelhado.
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