Daniel Rodas (Teixeira-PB, 1999) é escritor, poeta e dramaturgo. Graduado em Letras e
Mestrando em Literatura e Interculturalidade (UEPB). Editor da Revista Sucuru.
Autor da plaquete Eros e Saturno
(Editora Primata, 2021) e do livro Umbuama
(Editora Urutau, 2021). Integrou as antologias Poesia fora do eixo (Toma Aí Um Poema, 2022), Engenho Arretado: poesia paraibana do século XXI (Patuá, 2023) e Casa Encantada: o conto fantástico paraibano
(Arribaçã, 2023). Tem textos publicados em vários meios eletrônicos nacionais e
internacionais. Fez parte do grupo de teatro ExperIeus da cidade de
Monteiro-PB, onde colaborou como ator. Pensa na poesia como um fluxo, como o
fluir incontrolável da vida. Vive atualmente em Campina Grande-PB.
MALLARMÉ
os
deuses jogam dados com
o
destino.
mas
nem por isso
o
acaso os abolirá.
cada
gesto do dado é um jogo
novo
sobre a
mesa.
e
o poema:
ninguém
ganha no seu fim.
*
OS BOIS E OS HOMENS
Para Drummond
ruminam todas as
manhãs
posto que o sol lhes
acena
a incerteza do viver.
são tantos com suas
ancas largas
seus sorrisos de baba
seu silêncio sem
tempo.
vagam pelas ruas e
estradas
atravancados pelo hoje
do qual não têm nenhum
controle.
pobres criaturas saqueadas
vão sem rumo na
febre
da própria graça do algoz.
II
pois de uns
lhes é roubada a carne
de outros
a carne e o espírito.
*
ORÁCULO
a noite é enorme.
maior que a noite é a escuridão carregada sob as
unhas.
a casa nunca está fechada –
e os pássaros cospem plumas nas janelas.
há quem tente fechá-las.
mas as asas da noite invadem: cada fiapo do
olhar.
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