EM BUSCA DA
ROSA MÍSTICA
José
Eduardo Degrazia
Poeta e ficcionista de já larga estrada, Cleber Pacheco tem
entrado no radar dos leitores e dos críticos como um autor que está fazendo uma
trajetória literária das mais importantes no panorama da literatura nacional.
Dedicando-se a vários gêneros, alcança neles uma maestria de forma e
profundidade de conteúdo notáveis. Sua ficção aborda o fabuloso e o imaginário
em narrativas de autoconhecimento e busca em meio a aventuras e mundos mágicos
ou distópicos. Na poesia também não é diferente. Entre a introspeção da busca
do autoconhecimento e a projeção sobre o universo, está o poeta escrevendo uma
saga diferenciada entre os nossos poetas. Uma das suas características é o
misticismo, diferente, porém, do poeta Armindo Trevisan que busca nas deidades
e santos do panteão católico, cristão, o entendimento do mundo e da alma
individual e seu destino – Cleber Pacheco mergulha fundo na mitologia medieval
e seus mistérios.
Uma das facetas a ser analisada, portanto, desse autor, é sua visão mágica do mundo, a capacidade de intervir na realidade através do encantamento. (A poesia se presta muito a isso, na medida que é formada de imagens e metáforas inconscientes e arquetípicas), de épocas de antes da memória, ou do esquecimento que é preciso levantar. Para isso o conhecimento alquímico se faz essencial, e o poeta que o busca se torna coautor do Rosarium Philosophorum (século XVI) acrescentando àquelas vetustas páginas de sabedoria, o que a sua jornada na terra ensinou. Não se trata aqui, evidentemente, de compactuar ou “aceitar” essa visão de mundo em sua integralidade, mas tentar compreender sua dimensão estética e sua procura de sentido. ,
(Trecho do prefácio que o escritor José Eduardo Degrazia fez para o meu novo livro publicado pela Editora Penalix).
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