Resenha de Eliane Pantoja Vaidya, uma carioca batalhadora pela cultura, apaixonada por livros e que gosta de escrever poemas.
Terminei a leitura do extraordinário A Missa dos Insetos Mortos ,
livro de Cleber Pacheco publicado pela editora Penalux 2021.
Explico .o que encontrei de surpreendente nele.
O livro introduz um novo tipo de narrativa .Poderíamos chamá-la de teatro- poético ou poesia- teatro. Aqui os personagens vão aparecendo sem que saibamos seus nomes e vão agindo, atuando a cada nova cena. Os personagens estão soltos , são vozes soltas , livres.
Do mesmo modo não há necessidade de cenários.Eles surgem naturalmente em nossa imaginacão à medida que o enredo vai se desenrolando.
As vozes dominam tudo e constroem o espaço- tempo da ação. Um espaço mítico indefinido, indeterminado. As vozes são como um rio , como um fluxo. Neste universo de sombras, fanáticos, crentes e leprosos podem nos lembrar do Apocalipse de São João e também de tempos atuais, neste pais onde em meio a uma nova peste( a pandemia de covid-19) surgiu uma praga de gafanhotos que destruíram plantações e lobos que tendo a floresta destruída voltaram e ameaçar os pequenos vilarejos onde moram os agricultores deste imenso território
Assim poderíamos dizer do livro de Cleber Pacheco que é uma fábula moderna.
Um romance?Não me parece.Volto a dizer que penso mais um teatro, teatro do absurdo ,teatro absurdo projetado para tempos de horror,onde a selvageria campeia e a grande arte se faz presente e nos salva.
Espantoso, surpreendente, enigmático , como a Vida, como a Arte.
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