JONAS PESSOA DO NASCIMENTO é cearense radicado em Brasília, poeta e professor pós-graduado em Língua Portuguesa. Foi um dos vencedores do Salão de dezembro de Poesia e vencedor do I Prêmio Amazonas de Literatura com o livro Chão Partido. É autor de diversos livros publicados no site Clube de Autores.
I
Até me compreenderem
mais nada serei:
nem sombra,
nem lembrança,
assombração,
nada!
Minha face
não estará em espelho algum,
por ora me nutre o verbo,
depois nem advérbio serei,
oxalá uma interjeição
de espanto pelo tempo que passou.
II
Em cada lua,
em cada sol,
um verso no poema que a vida
tece todos os dias.
O ipê da minha quadra,
em penitência,
cobriu-se roxo.
Além do ipê
muitos ecos
inaudíveis
a quem se farta das flores.
III
Fosse o vento poesia,
cessariam as penas
de minha solidão.
Se nossas mãos se tocassem,
o prêmio seria o júbilo.
Muito da nudez humana
são ódio e medo abraçados
dentro de nós.
No meio da noite,
Encharcaram um indigente
alegando lavar uma vergonha social.
Outro dia, acordei
no meio de uma
viagem quando me despertaram
para os afazeres da vida.
O chão está sujo,
falta cor -
agem
para ag
ir (a) onde
se diz:
so
corro
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