Não raro a lua
era só um reflexo
dissolvendo-se na água.
Outras vezes
ver o sol
era só vislumbrar
o desenho das sombras.
Arranhando o ar,
desfolhando vazios,
cortando ocos,
escavei
as cavidades da sombra
para incendiar lâmpadas
em direção ao topo.
Ascender
requer sangue e ossos
convergindo ao coração da luz,
redefinindo os átomos do medo,
fatiar a morte
engolida pelo tempo,
apagar estrelas
necessitando de buracos negros.
Atando o cordão umbilical
da lua e do sol,
mergulhei
em vertigem e voragem
e agora acendo
seus dias e noites,
duplo farol
bordando claridade
nos abismos.
(imagem: Google)
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