A ti,velho Beethoven,
não só os mistérios
da orquestração;
sobretudo,a essência do sonoro,
o vibrar que a tudo move,
a luz no escuro do acorde,
o íntimo da nota
que cala e acende
o âmago das coisas,
a reminiscência do inencontrado,
o calar da anagnórise,
o redescobrir da enteléquia,.
Beethoven,
teu ritmo é o átomo
do que não poderia ser
e,no entanto,é.
Tua força sobrepuja
o inviável e faz,da vida,
o lugar do possível.
Tua miséria é a nossa,
a dádiva que te tornou,
aquele que tocou,
por um instante,
o átimo da perfeição.
(imagem: Google)
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