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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Vigésima oitava carta de Schiller(da série de Cartas Sobre a Educação Estética da Humanidade) - Inacabada


   Se as alegrias dos sentidos podem apenasmente ser desfrutadas por nós enquanto indivíduos e as do conhecimento enquanto espécie e a beleza pode,enfim,unir os dois aspectos ao mesmo tempo,em que consiste a alegria proporcionada pelo belo?
   Permitireis que vos exponha um outro quesito antes de chegar a esta indagação e respondê-la.
   Se,talvez em hipótese muito remota,chegasse o dia em que o feio,o mórbido, o mau e o cruel,o ruim e o perverso,ou seja,tudo o que se opõe rigorosamente ao belo,se tornasse um valor  em si,o que seria da humanidade? Se o gênero humano se voltasse para a perversão,a crueldade e o ódio,possível seria criar uma autêntica obra de arte,possível seria a cultura,a civilização?Se a felicidade consiste no equilíbrio de todas as forças humanas,o que seria de todos nós se o mal prevalecesse ?
   É inconcebível a viabilidade de um estado desarmônico que se sustentasse por muito tempo e se nutrisse do caos e dele dependesse para massacrar o que existe de mais autêntico na humanidade.O resultado só poderia ser a extinção de tudo o que conhecemos e sentimos para o estabelecimento de uma nova ordem,para o Império Absolutista do Mal,levando-nos à total destruição,ao aniquilamento ao Nada.
   Assim sendo, retornemos à questão: em que consiste a alegria proporcionada pelo belo?
 
 

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