( Texto do meu livro Cartas Imaginárias. A proposta do livro é a de imaginar cartas que poderiam ter sido escritas por autores,leitores ou personagens ).
Querida esposa,
Estava eu com o nosso amigo Byron quando recebi o teu manuscrito intitulado Frankenstein Foi uma grande surpresa para ambos,uma vez havíamos esquecido por completo nossa anterior proposta de escrevermos a mais horripilante e macabra das histórias. Assim sendo,foste tu a única a cumprir o trato.
Sentamo-nos sob a luz do lampião e da lua para mergulharmos em tua extraordinária invenção.À medida que avançávamos a leitura, alternando os papéis de leitor e ouvinte,cada vez mais nos convencíamos que o verdadeiro Prometeu só poderia ter sido uma mulher e não um homem.Ninguém mais ousaria roubar o fogo dos deuses e entregá-lo à raça humana.
Minha adorada Mary, assustado fiquei contigo e horrorizei-me ao descobrir com quem me casara. Porque só então percebi,mesmo tendo escrito tanto a respeito,em que consiste o verdadeiro amor.Por tal revelação,te agradeço.
Eternamente teu,
Percy Shelley.
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