CORPOS FURTIVOS de Chico Lopes
Publicado pela editora Penalux em 2015, o romance CORPOS FURTIVOS de Chico Lopes nos revela o isolamento e a falta de integração efetiva entre as pessoas na sociedade contemporânea. Isso ocorre sob o ponto de vista feminino.
Eunice vive oprimida pela vigilância neurótica da irmã Wanda. Mas arrisca-se a experimentar pequenos prazeres, que acabam sempre se revelando decepcionantes,aumentando o sentimento de frustração, de iso-lamento,de inadequação. O livro aborda o distanciamento gradual e crescente da personagem e dos homens com quem ela tenta manter um arremedo de relacionamento. Ansiedade,melancolia,desejos eterna-mente insatisfeitos se acentuam. Os homens são grosseiros, cafajestes,incapazes de um gesto autêntico de afeto.
Não há perspectivas na vida de Eunice. As situações constrangedoras se repetem, a busca pela satisfação é condenada ao fracasso, sem nenhuma possibilidade de ocorrer verdadeiramente. Restam-lhe pequenas desobediências e subversões,sem resultarem num autêntico prazer de viver. Nunca há troca,cumplicidade,compreensão. Para ocultar o vazio existencial, resta criar ilusões, romantizar possibilidades jamais realizadas, criar fantasias.
As mudanças sociais acentuam a sensação de deslocamento,de corrosão interna, de sentir-se incompreendida num mundo hostil e sem sentido.
Se aparentemente surge uma oportunidade de mudança,vemos que esta também não se efetiva. É tarde demais, Eunice está presa a uma estrutura exterior incorporada internamente por ela e da qual já não é mais possível escapar.
Romance inquietante, reflete muito bem nossa época de superficialidades, de incomunicabilidade, de desumanização progressiva.
Recomendo.
Eunice vive oprimida pela vigilância neurótica da irmã Wanda. Mas arrisca-se a experimentar pequenos prazeres, que acabam sempre se revelando decepcionantes,aumentando o sentimento de frustração, de iso-lamento,de inadequação. O livro aborda o distanciamento gradual e crescente da personagem e dos homens com quem ela tenta manter um arremedo de relacionamento. Ansiedade,melancolia,desejos eterna-mente insatisfeitos se acentuam. Os homens são grosseiros, cafajestes,incapazes de um gesto autêntico de afeto.
Não há perspectivas na vida de Eunice. As situações constrangedoras se repetem, a busca pela satisfação é condenada ao fracasso, sem nenhuma possibilidade de ocorrer verdadeiramente. Restam-lhe pequenas desobediências e subversões,sem resultarem num autêntico prazer de viver. Nunca há troca,cumplicidade,compreensão. Para ocultar o vazio existencial, resta criar ilusões, romantizar possibilidades jamais realizadas, criar fantasias.
As mudanças sociais acentuam a sensação de deslocamento,de corrosão interna, de sentir-se incompreendida num mundo hostil e sem sentido.
Se aparentemente surge uma oportunidade de mudança,vemos que esta também não se efetiva. É tarde demais, Eunice está presa a uma estrutura exterior incorporada internamente por ela e da qual já não é mais possível escapar.
Romance inquietante, reflete muito bem nossa época de superficialidades, de incomunicabilidade, de desumanização progressiva.
Recomendo.
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