Já se escreveu a respeito da perda da aura do poeta,do escritor. E é pertinente. No entanto, Clarice Lispector consegue manter a sua. Trata-se de algo raríssimo. Talvez pela sua escrita única e que vai além do intimismo, do existencialismo e dos ismos. E a passagem do tempo só fez ressaltar tudo isso. Prova é o sucesso que seus contos , traduzidos para o inglês , estão fazendo. Um reconhecimento merecido que traz alento aos escritores brasileiros.
Aos dezessete anos ela escreveu seu primeiro romance: Perto do Coração Selvagem. Coincidentemente, aos dezessete anos descobri Clarice por meio deste mesmo romance. Vi o exemplar na biblioteca e o título chamou minha atenção. Eu não sabia quem ela era. Nunca ouvira nenhum comentário a respeito. Levei o livro para casa. Foi uma revelação. A leitura seguiu vagarosamente para que nenhum só detalhe fosse perdido. Tinha receio de que o livro acabasse logo. Imediatamente identifiquei-me com aquela visão de mundo. O encantamento tomou conta de mim.
Outros livros de Clarice se seguiram. E cada um deles era um impacto fulminante. A Paixão Segundo GH, por exemplo, trouxe-me uma experiência única e inesquecível. Nunca mais fui o mesmo.E algo semelhante ocorreu com a leitura de seus contos e de seus outros escritos.
Clarice Lispector é um caso único na Literatura Brasileira. Merece ser lida e relida sempre.
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