Ainda existe a figura do crítico literário que paira no Olimpo distante dos meros mortais. É aquele que só lê Shakespeare e James Joyce. E em relação ao leitor, tem o complexo de dona Florinda: " Vamos,tesouro. Não se misture com esta gentalha." Para ele, hoje em dia ninguém sabe escrever. todos são ruins. Ele só está interessado nos autores canônicos. Só existem os clássicos. O resto é lixo.
No outro extremo está o resenhista. Ele comenta qualquer coisa que aparece. Ele adora os livros de Daniele Steel e Sidney Sheldon. E se entusiasma com qualquer autor, contanto que ele esteja na lista dos mais vendidos.
Sou obrigado a concordar com aquela máxima de que um crítico literário não consegue ser um bom escritor. E de que um escritor pode ser um ótimo cítico literário.
Pessoalmente prefiro atitudes como a de Jorge Luis Borges, por exemplo. Um leitor contumaz, que sabia apreciar autors como Stevenson e G. K. Chesterton e, inspirado neles, escrever grandes contos. Um escritor-leitor, que está atento a tudo o que se faz e consegue construir sua obra dialogando com todas as manifestações da cultura.
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