"Isso não existe",
disse minha mãe
quando revelei
que as árvores
me contavam coisas,
que as flores
falavam comigo
e que sussurravam
segredos as plantinhas rasteiras.
"Isso é imaginação sua",
disse minha avó
ainda às portas da morte,
"estou chegando ao meu fim
e nenhum espírito
veio me buscar",
declarou cruamente,
reiterando mais uma vez
o costumeiro ceticismo.
"Isso é apenas loucura",
comentaram os vizinhos
em sua habitual condenação.
"Nunca leve em conta
a insensatez humana",
afirmou toda a flora
enquanto trazia à tona,
entre os segredos da floração,
mais uma rosa.
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