Para Adelaide Petters Lessa
Meu olho atinge o Infinito
vendo o que ninguém mais vê.
A pálpebra do abismo se desloca,
a retina do silêncio vibra,
a circunferência da pupila se dilata,
nada mais é o que havia sido;
atingindo as eras,
estendendo-se aos domínios do numinoso,
num gesto tão amplo
que desfaz o estranho e a tudo torna
aquém do estrangeiro.
Meu olho surpreende
o mais antigo Mistério,
contempla a Forma
que vai além de todas as formas,
sonha e suspira
por um ainda mais além
e alcança o âmago
das coisas inencontradas.
Então retorna
e mais ainda descreve
ao Sonho o que este
nunca ousou.
Fantástico!
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